Tuesday, November 30

My Favorite Thing

É ir conhecer sítios onde nunca fui, eu mais a minha máquina fotográfica.
Plano para o próximo Verão, fazer a Costa Portuguesa, de Lisboa a Sagres. Let's go.

Sunday, November 28

"Ah, gravity - thou art a heartless bitch."

Os domingos são dias estúpidos e deixam-me deprimida. Por causa disso, estou a rever, pela enésima vez, as primeiras temporadas de The Big Bang Theory, cujas piadas já sei de cor e salteado e consigo antecipar de olhos fechados. Enrolada numa manta polar. E isto enquanto deito abaixo uma caixa de cereais. Que, segundo a minha mãe estão cheios de açúcar, o que só faz mal. As if...

"Sheldon: One ring to rule them all.
Rajesh: One ring to find them.
Wolowitz: One ring to bring them all.
Leonard: And in the darkness bind them.
(...silence...)
Rajesh: Holy crap are we nerdy!"
The Big Bang Theory - Season 3 - Episódio 17 - "The Precious Fragmentation"
Não sendo uma pessoa nada dada a pessoas, há duas ou três características que fazem parte do carácter generalizado dos seres humanos que me fazem uma certa confusão, que não consigo compreender.
Qual o motivo que pode levar a que uma pessoa acumule dentro de si uma raiva, ou mágoa ou veneno tão grande que faça com que retire um prazer imensurável das acções que toma. Acções, é como quem diz más acções, que espezinham e reduzem outras pessoas à máxima insignificância. Que razões darão uma espécie de desculpa para que uma pessoa guarde tal rancor dentro de si que a faça ser incapaz de demonstrar um sorriso genuíno, apenas consiga forçar um esgar sádico, e que se demonstre extremamente feliz ao humilhar os outros?
É coisa que me faz muita confusão e quando estou na presença de uma pessoa assim, começo logo a ficar inquieta. Principalmente, quando é uma pessoa de um lugar mais elevado, porque me dá logo vontade de lhe retirar as peneiras e fazê-la reduzir a má-educação e a arrogância que está presente no seu discurso. Por isso, é que não consigo suportar uma professora minha. Não só porque o sentido estético dela é igual ao de uma toupeira mas também porque todas as aulas, que duram três horas note-se, aquela mulher há-de arranjar uma forma diferente de humilhar alguém, mantendo sempre o seu sadismo bem presente. E eu tenho de respirar fundo e manter a postura, porque só consigo sentir repulsa por aquela mulher e o ter de estar naquelas aulas é pura tortura.
Existirem pessoas assim é algo que me ultrapassa.

Saturday, November 27

Tuesday, November 23

Nightmare - Parte II

Está um frio que não se aguenta. Hoje choveu a potes. Tenho sete cadeiras este semestre e só gosto de duas, ou seja a minha motivação para estar na faculdade é perto de zero. Vou ter três exames em Janeiro no espaço de quatro dias, o que faz com que não faça a mínima ideia como é que vou despachá-los. A última semana do semestre vai ser um terror, com três testes práticos, duas apresentações orais e um relatório sobre uma coisa altamente interessante (not!). E isso interessante é o quê, perguntam vocês... Pólens. Isso mesmo. Pólens. Uí, que alegria tão grande, que coisa tão interessante! E claro que com a camada de nervos que me dá só de sequer pensar nisto tudo, só me apetece fazer algo que não posso, porque não é ao fim de um mês e meio de liberdade disto que me vai dar (mais) uma fraqueza.
E já que, graças à Cimeira da NATO e à vinda do querido do Obama-orelhinhas-de-Dumbo, não houve concerto dos Arcade Fire para ninguém (já eu me andava a babar para cima do bilhete há três meses), estava a pensar arrastar aqui o corpinho Danone até ao Pavilhão Atlântico para ver os 30 Seconds to Mars a 16 de Dezembro, mas como calha nessa semana infernal, não sei não. É coisa para decidir nos dias mais próximos (assim que eu me decidir a começar a adiantar os trabalhos todos que tenho acumulados).

"Fight, not to fail, not to fall, or you'll end up like the others."

Agressivo, agressivo, agressivo. Abana a cabeça, abana o tronco, dá pontapés no ar. Exterioriza, Alexandra, exterioriza. F***-**, como eu odeio o Inverno!
"And I also know how important it is in life not necessarily to be strong but to feel strong. To measure yourself at least once. To find yourself at least once in the most ancient of human conditions. Facing the blind death stone alone, with nothing to help you but your hands and your own head. " - Christopher McCandless

Eu devia repetir isto todos os dias de manhã ao acordar, até à exaustão, como se fosse um mantra. Sentir-me forte o suficiente ao acordar e ao deitar, que são sempre os momentos mais difíceis. Não me sentir como se fosse um robot que acorda, vai às aulas, volta para casa, faz o que quer que seja que tem a fazer e volta a dormir. Como se fosse um autómato. Dizem que o tempo tudo cura. Se assim for, o tempo que passe, depressa, depressa, depressa. E que deixe de me doer.

Monday, November 22

Comer, Orar, Amar

Sábado foi finalmente o dia de ir ao cinema ver a adaptação do romance auto-biográfico da Elizabeth Gilbert. Ainda não acabei de ler o livro, falta-me a terceira parte, passada em Bali e que corresponde ao 'Amar', mas não tenho andado com grande espírito para isso.
O filme não está nada assim de especial, está apenas engraçadito. A primeira parte, passada em Itália, deu-me uma fome desgraçada. Ele era pizzas, massas e todas essas comidas que eu adoro e a Julia Roberts, que faz o papel principal, a comer que nem uma lontra... Ninguém aguenta. Quando for a Itália algum dia (viagem a planear um destes dias), volto de lá redonda for sure. Esta primeira parte, que corresponde ao 'Comer' claro está, foi a minha parte preferida do filme.
Depois vem o 'Orar', passado num ashram na Índia. No livro, apesar da minha muito reduzida afinidade para com a religião, esta segunda parte despertou também muito o meu interesse, pelas conversas que a Liz tem com o Richard do Texas e pelas suas meditações, que me deixavam a mim própria a pensar, muitas vezes. E a paisagem, mostrada no filme, é também ela lindíssima.
Mas o cúmulo da beleza está na viagem a Bali, que parece ser um autêntico paraíso de Sol e Mar. E é a parte em que aparece o Javier Bardem (ahahah).
O livro acaba por ser um pouco denso em certas partes, sendo que o filme é muito mais leve e fácil de acompanhar. Agora é ganhar vontade para acabar as cento e poucas páginas que faltam.
Ponto alto do filme: a música escrita, lá está, pelo Eddie Vedder e que aparece nos créditos finais. Chama-se Better Days e é mais uma criação maravilhosa deste homem. Podem ouvir aqui.

"Help me as I'm reaching
The future's paved with better days
(...)
I'm falling, free falling
Words calling me
Up off my knees

I'm soaring and, darling,
You'll be the one that I can need
Still be free
Our future's paved with better days"
Eddie Vedder - 'Better Days' - Eat, Pray, Love OST - 2010

Sunday, November 21

“Your body is a temple… Tattoos are your stained glass windows.”

Aqui há dias, inadvertidamente, estava numa aula de laboratório a tratar de um relatório (que, só por acaso era para entregar nessa mesma aula, mas isso agora não é importante aqui para o caso) e calhou ouvir a conversa de duas colegas minhas, sobre tatuagens. Uma delas dizia, em relação à sua tatuagem mais recente feita para aí há uns seis meses ou coisa que o valha, que já estava farta de a ver. A outra dizia que achava mal, uma pessoa ir para uma gala e não poder vestir um vestido sem costas ou sem mangas porque depois via-se ali aquela tinta toda e ficava um horror.
Eu, por outro lado, penso exactamente como está ilustrado nesta imagem. Para mim, as tatuagens são feitas por um motivo concreto, têm um significado próprio e pessoal e, portanto, quem decide fazer uma tatuagem e pondera bem essa decisão, não se irá arrepender. E mesmo que a pessoa vá passar o resto da vida a olhar para o mesmo desenho naquele sítio, não se virá a fartar porque esse desenho (ou palavra, ou número, ou seja o que for) tem um significado.
Está na moda fazer tatuagens. É como se fosse um novo conceito estético. E daí, como é giro ter uma estrela ou umas cerejas ou assim, a malta faz e pronto. Depois passados três quinze dias, já não conseguem olhar para ela.
Para mim, ver o próprio corpo como se fosse uma tela é uma forma de contar uma história. A sua própria história. É uma forma de marcarmos tudo aquilo que não nos destrói mas apenas nos torna mais fortes (já dizia o Nietzsche). Por isso, é que eu detesto quando me perguntam qual o significado do meu Jack ou da minha estrela. Ou o que é que vou tatuar a seguir. Porque, apesar de cada vez que olho para o meu braço esquerdo a minha mente começar a divagar para outras paragens que não o presente, não é coisa que eu goste de estar a explicar a todos os caramelos que me passam à frente e que acham curioso ter a trombinha de um esqueleto pintada no braço.
Para grande desgosto da minha mãe, esta é mesmo a minha maneira de ver as coisas, por isso daqui a uns anos, há-de haver muito mais tinta por aqui espalhada. O que, para a minha colega, faz com que eu deixe de poder ir a uma gala ou algo mais formal, tipo casamento, com um vestido sem costas e/ou sem mangas. Que chatice!

Saturday, November 20

Elogio ao Amor

“Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso”dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Crónica de Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Eu adoro ler. Sobretudo crónicas. São incontáveis os livros de crónicas que tenho aqui em casa, maioritariamente de humor. Mas como em tudo, há crónicas boas e crónicas más, humor bom e humor mau. Eu pessoalmente, contento-me a ler o Ricardo Araújo Pereira, o Zé Diogo Quintela e o Bruno Nogueira quando quero assim algo mais leve. Já li as crónicas do Eduardo Barroso sobre os prazeres da sua vida, publicadas vai para mais de dez anos, no Diário de Notícias, isto num registo mais sério. E também já li várias do António Lobo Antunes.
Mas até hoje, nenhuma crónica me tinha parecido tão verdadeira e contemporânea quanto esta, escrita pelo Miguel Esteves Cardoso e publicada, salvo erro, no jornal Expresso. Não só pelo assunto que aborda mas também pela forma como o MEC escreve, com uma linguagem fácil de entender a qualquer um mas ao mesmo tempo, atacando e espezinhando mesmo a forma como se vive o Amor nos nossos dias.
Dito isto, não consigo perceber como é que, como aconteceu aqui há dias estava eu na FNAC do Chiado a escolher um livro, e deu por mim tendo ao meu lado uma senhora que parecia quase um clone da própria, a fazer um monte Everest de livros da Margarida Rebelo Pinto nos braços. Como é que uma pessoa é chamada de cronista/escritora quando escreve aquilo que escreve, num registo mais light tudo bem mas que ainda assim fica a anos-luz, por exemplo, desta crónica que transcrevi aqui em cima, e como é que vende a carrada de livros que vende que não têm ponta por onde se lhes pegar e anda tudo doidinho e a julgar-se grande leitor quando lê coisas intituladas 'I'm in Love With a Popstar' e crónicas do género daquela sobre as 'Gordinhas' que a Margaridinha escreveu aqui há uns meses e que é, pura e simplesmente, execrável.
Não é para me armar em pseudo-intelectualzinha mas faz-me assim uma alergia como é que com a gigantesca oferta de qualidade que por aí há, tanta gente lê tão pouco e coisas tão más.

Friday, November 19

Wishlist #8

Quem me conhece bem, sabe que sou maluquinha pelas peças da Calvin Klein. Mas, infelizmente, não tenho possibilidade de poder apelidar de meu nenhum dos seus relógios (amo relógios, tenho uma pequena colecção deles, são o meu acessório preferido) ou anéis, que são giros até mais não.
Por outro lado, muito mais em conta são as peças da Swatch Bijoux, cujo catálogo a minha mãe trouxe ontem cá para casa e eu me apoderei há pouco. E apaixonei-me totalmente por praticamente todas as linhas deste ano.
A paixão maior é por este anel. Paixão essa que me fez começar a chamar "Oh mããããeeee...".
Parecendo que não, já não estamos assim tão longe do Natal.:)
É impressionante a frustração que uma pessoa sente quando quer exprimir aquilo que se passa dentro da sua mente mas não consegue, porque lhe faltam as palavras.
Uma amiga minha elogia-me imensas vezes pela forma como escrevo, mas a verdade é que isto tem andado muito fraquinho aqui por estes lados, de há uns meses para cá. Devo ter perdido a capacidade de me exprimir através da escrita, o que era uma das minhas formas de descarregar o que me vai na alma.
E odeio quando isto me acontece. Porque começo a andar por aí como se fosse uma bomba em contagem decrescente para a sua explosão e depois quando expludo, é sempre no momento menos conveniente e para cima das pessoas menos adequadas.
Acho que vou hibernar até ao fim do Inverno. Não tivesse eu aulas até 17 de Dezembro e uma tonelada de relatórios para fazer, mais exames práticos, mais um trabalho/pesadelo para começar ainda, mais os exames teóricos, e enroscava-me aí numa manta polar (que tem estado um frio desgraçado que mais parece que há uma semana que vivo num igloo, f***-**!) num cantinho e trufas, dormia até, sei lá, Fevereiro!
(E amanhã vou finalmente ver o Eat, Pray, Love e está-me cá a parecer que vou inundar a sala...)

Sunday, November 14

Por aqui, andamos assim. A parte de cima da imagem, pelo menos.

U Know Who I Am

Desde sempre que é uma música que me toca muito. Ao nível de produção é algo muito simplista, uma guitarra acústica, uma batida a marcar o tempo, um arranjo simples de teclas et voilá. Estava feita a música mais marcante que o David já compôs.
Nela tudo se resume à letra, que exprime sentimentos que devem ser o denominador comum da vida de praticamente toda a gente, já que fala de Amor. Com as palavras que todos muitas vezes evitamos usar, por serem lugares comuns, o David resumiu em meia dúzia de frases aquilo que quase todos nós procuramos ao longo da vida: a felicidade de ter alguém ao nosso lado que nos compreende a 100%, que conhece os defeitos, as virtudes, que nos seca as lágrimas e nos retribui os sorrisos. Alguém, seja namorado, pai, irmão, tio, primo, amigo ou o vizinho ali do lado que nos marca a vida e nos faz crescer e querer ser sempre mais e melhor.
Quando ele tocou esta música no Coliseu dos Recreios, a 9 de Abril deste ano, eu estava na primeira fila com duas amigas minhas (que entram no videoclip desta música, estreadinho ontem) e aos primeiros acordes, dei por mim e as lágrimas corriam-me cara abaixo. E o videoclip que vi ontem pela primeira vez, surtiu o mesmo efeito.
A simplicidade desta música, a simplicidade do artista que a escreveu (que é uma das pessoas que eu mais admiro) emocionam-me. Tornou-se numa das minhas músicas e toca-me cá dentro de uma maneira inexplicável.

E o videoclip é fantástico. Só ele, só o David é capaz disto.

"(..) And I'll walk through dangers
I'll dance with strangers, but they'll never understand
We'll never be defenseless
We'll win this war against them
Don't you doubt this, yeah I'm sure we can
And who cares if they don't ever understand
And I love you because you know who I am"
David Fonseca - 'U Know Who I Am' - Between Waves - 2009

Wednesday, November 10

[Passaram-se cinco dias. Cinco dias em que não saber nada de ti me está a corroer por dentro aos bocadinhos. Não te poder contactar, apesar de ser a única coisa que neste momento me apetece fazer e de estar a lutar contra a vontade de te ligar ou mandar uma simples mensagem, é algo difícil de suportar. Não te poder contar que ontem fui enxovalhada mesmo à grande (eu e as minhas colegas de grupo) pela Cruela de Ville, mas mesmo à grande, e que infelizmente já estou tapada por faltas, ou seja, tenho de ir às aulas todas o resto do semestre e ouvi-la a chamar-nos 'inúteis' e 'ignorantes' a cada cinco minutos. Ouvir e calar, senão se abro a boca para reclamar, fico chumbada já em Novembro. Não te poder contar também que ontem fizemos ainda, pela primeira vez, uma análise da cena de crime completa, do princípio ao fim. Eu, como se calcula, ofereci-me para a parte da fotografia e lá andei, de Nikon em punho, e consegui tirar algumas fotografias boas até. Não te poder contar que hoje à noite tenho um jogo de futsal e que, segundo o treinador, posso jogar uns minutinhos desta vez e que a equipa do Instituto não-sei-quê de Ciências Médicas está uns bons furos abaixo de nós e a confiança está em altas para ganharmos este jogo, o que bem precisamos.
Não queria, nem quero, ser a primeira a quebrar este silêncio que está lentamente a dar cabo de mim, mas a verdade é que eu é que sou a emocional. Eu é que sou a que sente tudo à flor da pele, eu é que tenho o coração acelerado desde há cinco dias, com um ritmo que não me deixa dormir sossegada. Eu é que ainda tenho a réstia de esperança dentro de mim, que não sei bem de onde é que vem, parva que sou, que me diz que tu também não estás bem com isto, que sentes a minha falta e que hás-de 'cair em ti' brevemente e sentir que a nossa 'história' não pode acabar assim, desta forma tão out of nowhere.
Aquilo que, eu pelo menos acho que, construímos ao longo de tanto tempo seguido de contacto constante, quase 24h sobre 24h, não deve poder ser assim abalado e 'apagado' graças a uns momentos (ou dias) de fraqueza e stress de ambos. Claro que se for só eu a pensar desta forma, a luta a que me proponho é inglória mas acho que qualquer pessoa apaixonada tem um quê de estupidez que a faz sempre ser uma seguidora de causas perdidas e, por essa mesma razão, por muito que isto vá talvez servir apenas para me magoar e enfraquecer ainda mais, eu ainda acredito.
Por isso, ainda não saíste do meu pensamento e não sei lidar com aquilo pelo qual estou a passar. Por isso, o meu espírito pede que todo este pesadelo acabe proximamente, porque nada vai ficar mais fácil e eu preciso mesmo de um dos meus apoios de volta. Porque me sinto a cair outra vez e os que me seguram não me estão a ajudar a levantar. Faltas-me tu.
E fazes-me uma falta impossível de suportar.]

Sunday, November 7

Momentos de Crise

Este homem já me salvou a sanidade mental inúmeras vezes. Neste domingo terrivelmente nublado, é a ele que dou permissão para dar entrada na minha mente, para ver se me esqueço de tudo o que se passou ontem, nem que seja por uns minutos.
Não quero ser tomada pela tristeza, nem ficar com uma nova onda de depressão a pairar em cima da minha cabeça por mais dois anos, ou vinte anos, ou o resto da vida. Mas não me peçam para sorrir, ser feliz e pura e simplesmente dar um pontapé nesta história toda para trás das costas, porque eu não consigo fazê-lo.
Estou farta de perder pessoas importantes. E é pela importância que têm na minha vida, que desde ontem por volta desta hora que é como se tivesse deixado de sentir o meu corpo. Apenas sinto a cabeça (sempre às voltas) e o coração, a bater mais depressa do que é saudável. Poucas horas de sono em cima, que adormecer ligeiramente só se conseguiu lá para as 7h30 da manhã. E porque apesar de saber que isto só irá servir para me magoar ainda mais, chorar ainda mais e afundar-me ainda mais, há uma réstia de qualquer coisa em mim que me faz crer que tudo ainda irá ficar bem. Porque não pode ser só isto e acabar assim.

E hoje, como em todos os meus momentos graves de crise, meu refúgio é ele, são as palavras que ele diz e as notas que toca. Porque me tocam de uma maneira especial, sempre, mas ainda mais especialmente hoje. Porque eu não consigo deixar de pensar nisto.


"Oh, hold still for a moment and I'll find you
You're so close, I can feel you all around me
And I could hold you if you just stood still
Oh, I'll hold still for a moment so you'll find me
I'm so close, I'm just a small step behind you
I know you're somewhere out there
I know you're somewhere out there
I know you're somewhere out there"
David Fonseca feat. Rita Redshoes - 'Hold Still' - Our Hearts Will Be As One - 2005

Friday, November 5

I Can Read

Amo este site. Adoro as imagens, fotografias, mensagens. Precisava de ter tempo (lá está) para o explorar convenientemente. A maior parte das imagens que têm sido motivo de post neste blog, é de lá que têm vindo.

Do Medo

"Fear is a habit; so is self-pity, defeat, anxiety, despair, hopelessness and resignation. You can eliminate all of these negative habits with two simple resolves: I can!! and I will!!!"

Eu sou uma pessoa extremamente medrosa. Não sei precisar quando é que comecei a ser assim nem como é que cheguei a este ponto, mas se tivesse que apontar datas seria algures entre 2004 e 2006, aproximadamente. A verdade é quando crio uma certa rotina, um hábito, um meio envolvente constante, é-me muito difícil adaptar-me a qualquer alteração que nele ocorra. E tenho um medo terrível e irracional que isso aconteça.
Foi mais ou menos nessa mesma altura que me esmagaram parte da auto-estima e que fiquei com a percepção que tenho ainda hoje. E assim, é corriqueiro saírem da minha boca frases começadas por "Tenho medo que/de...". De perder, de arriscar, de me deixar ir, de desiludir, de não estar à altura, de chatear, de falhar (o meu perfeccionismo lixa-me tanto a vida às vezes!).
Com estes medos, vem o derrotismo, a ansiedade, o desespero, a falta de esperança e a resignação de não ir atrás de ninguém que me interesse por, à partida, já estar convencida a viagem não vai servir para nada a não ser para me magoar.
A viagem em que embarquei há precisamente quarenta e cinco dias até agora só me magoou graças a todos os medos que tenho. É por não estar segura de mim própria que todos os dias penso "I can and I will" sem me ter ainda convencido disso. O meu desejo é que esta viagem se prolongue pelo máximo de tempo possível, porque uma felicidade destas não sei se alguma vez passou aqui pela minha mui amarrotada alminha, mas a verdade é que me sinto como uma maluca, porque aquilo que desejo é aquilo que estou a estragar, quem sabe muito rápida e permanentemente. Com o quê? Com os meus medos, pois com certeza. Portanto, acho que é claro como água, que me tenho deixar de merdas e mandar todas as minhas paranóias para trás das costas. Quando é que eu vou finalmente começar a fazer isso?
Quando chegarmos aos sessenta dias, rezo eu (não, vá, eu não rezo que sou agnóstica) para que lá cheguemos e a muitos mais, espero para meu, aliás nosso bem, que já me tenham ajudado a largar alguma da minha bagagem. Porque a cada dia que passa fica mais pesada e impossível de suportar e não é meu direito dividi-la com outra pessoa que é totalmente alheia a toda a sua origem.

Tuesday, November 2

Há uma vida antes dos Kings of Leon e uma vida depois dos Kings of Leon.

Pessoalmente, prefiro a depois. Por momentos como este.


A primeira música do seu novo álbum, Come Around Sundown, que foi editado há cerca de quinze dias. A primeira razão para se gostar do mesmo. Uma muito boa razão. :)

Monday, November 1

In My Time of Need... of Time

"O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem."

É exactamente disso que eu preciso. Tempo. Tempo que não tenho. Para me deitar e ir dormir sem pensar na quantidade de coisas que no dia a seguir vão precisar de ser feitas. Para ir aos treinos de futsal e tentar começar a melhorar. Para tratar de todos os relatórios do Demónio que os professores de Substâncias de Abuso I, Técnicas Analíticas Forenses I e Biologia Molecular Forense I pedem todas as semanas, sem excepção. Tempo para acabar de ler o "Eat, Pray, Love" e apanhar o filme no cinema. Para me mentalizar que tenho de começar a arregaçar as mangas e deitar mãos ao trabalho como deve de ser, que o semestre já vai ficando adiantado e eu não me posso descuidar. Tempo para ganhar paciência. Para escrever aqui no blog, que isto anda muito fraquinho. Para ver as minhas séries de eleição, nem que seja só um dia por semana. Tempo para estar com os amigos e combinar aquele tal jantar com a malta do Secundário, que anda para ser marcado vai já para dois ou três meses. Para estudar a obra do Álvaro de Campos, que me anda aqui a perseguir e a aguçar a curiosidade, e tirar e aperfeiçoar as minhas fotografias e técnicas. Para levar os meus óculos de Sol, o meu MP3 e o meu relógio preferido a arranjar (estragaram-se os três na mesma altura, que sorte a minha!). Tempo para namorar, para sorrir, para passear, para me divertir, para descontrair um bocadinho.

Isto anda bonito por aqui, anda... Podem dar-me dias com 48 horas em vez das habituais 24? Vá, assim até ao fim deste Novembro que ainda agora começou (e cujo início foi terrível)... É que dava muito, muito jeitinho.