Wednesday, January 28

It's one of those weeks

(ao som de The Hawk is Howling, o último CD de Mogwai)

Não sou, regra geral, uma pessoa competitiva. No último ano do Secundário tive o azar, ou terá sido sorte?, de ficar na turma onde a maior parte do pessoal tinha como objectivo, entrar em Medicina. Eu nunca tive esse desejo e era das poucas daquela turma a quem Medicina não interessava nada, nem nunca interessou. De qualquer das formas, passei o ano lectivo inteiro embebida naquela onda de pressão e stress sobre as notas e de quando a quando de competições pelos resultados. De certo modo acabei por ver-me contagiada por aquele ambiente e cheguei-me a meter em certas 'discussões'. Mas nada de mais. O facto de ter à minha volta pessoas, nomeadamente duas ou três alminhas, que respiravam competitividade e não ligavam népias ao mérito de cada um e à justiça dos resultados acabou por me arrastar um pouco mas depressa me livrei disso. Fora isto, não sou competitiva.
Os níveis de perfeccionismo que imponho a mim própria perante tudo aquilo que faço na vida nunca tiveram com objectivo fazer-me melhor que qualquer outra pessoa porque sempre tive consciência daquilo que sou, do lugar que ocupo na linha de prioridades de cada uma das pessoas que me é mais próxima e que realmente se importa comigo e me importa. Não alinho em competições parvas pela atenção de alguém porque acho que não só já não tenho idade para essas coisas como também penso que principalmente a amizade e o amor não se obtém a partir de esquemas para que X ou Y passem mais tempo com A do que com B. Comigo tudo é e sempre foi muito mais simples que isso: há afinidades, há gostos em comum, há momentos importantes partilhados, há olhares, sorrisos, há simplesmente sentimentos, algo que nos leva na direcção de A e não de B, algo que vem cá de dentro e não pode ser explicado.

Aqui há uns tempos recebi um comentário a um post, da parte da
Jade, que dizia (e passo a citar) "Ele há fases da vida em que um gajo, já que é urso, devia fazer como eles e... hibernar!" Eu por mim, hibernava. Já. Aqui e agora. Acordava de novo quando as competições tivessem desaparecido. E as intrigas também. Acordava quando pudesse deixar de me irritar com insignificâncias que põem algo maior que o Universo em causa. Acordava quando deixasse de chover, de estar frio. Acordava quando não existissem mais razões que me fizessem ver o mundo a preto e branco. Acordava quando pudesse começar a ver o mundo a cores... ou simplesmente verde. Porque o verde, para mim, é suficiente.

Sim, a boa disposição da semana passada já não existe. Voou, para bem longe. Evaporou-se.

(Há pouco tempo, um dos meus melhores amigos mandou-me uma sms que dizia que quase que dava para escrever um livro de memórias tristes com alguns posts aqui do blog. Este será mais um dos tais, pela certa... Desculpa, Nuno. Hoje teve mesmo de ser.)

3 comments:

  1. Olá Alexandra... Hum, quantas e quantas vezes não desejei também hibernar... Fazia-o neste momento também. Até que tudo passasse a correr-me bem.
    Beijinhos.

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  2. Eheheheh... tinhas que me citar na minha vertente mais cínica e viperina? Sou mesmo má onda, credo...

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  3. :'(

    Ora essa. Se te faz bem mandar um desabafo de vez em quando nao te acanhes por minha causa. Eu, ainda por cima.

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I've rambled. Now, it's your turn.