"Fear is a habit; so is self-pity, defeat, anxiety, despair, hopelessness and resignation. You can eliminate all of these negative habits with two simple resolves: I can!! and I will!!!"
Eu sou uma pessoa extremamente medrosa. Não sei precisar quando é que comecei a ser assim nem como é que cheguei a este ponto, mas se tivesse que apontar datas seria algures entre 2004 e 2006, aproximadamente. A verdade é quando crio uma certa rotina, um hábito, um meio envolvente constante, é-me muito difícil adaptar-me a qualquer alteração que nele ocorra. E tenho um medo terrível e irracional que isso aconteça.
Foi mais ou menos nessa mesma altura que me esmagaram parte da auto-estima e que fiquei com a percepção que tenho ainda hoje. E assim, é corriqueiro saírem da minha boca frases começadas por "Tenho medo que/de...". De perder, de arriscar, de me deixar ir, de desiludir, de não estar à altura, de chatear, de falhar (o meu perfeccionismo lixa-me tanto a vida às vezes!).
Com estes medos, vem o derrotismo, a ansiedade, o desespero, a falta de esperança e a resignação de não ir atrás de ninguém que me interesse por, à partida, já estar convencida a viagem não vai servir para nada a não ser para me magoar.
A viagem em que embarquei há precisamente quarenta e cinco dias até agora só me magoou graças a todos os medos que tenho. É por não estar segura de mim própria que todos os dias penso "I can and I will" sem me ter ainda convencido disso. O meu desejo é que esta viagem se prolongue pelo máximo de tempo possível, porque uma felicidade destas não sei se alguma vez passou aqui pela minha mui amarrotada alminha, mas a verdade é que me sinto como uma maluca, porque aquilo que desejo é aquilo que estou a estragar, quem sabe muito rápida e permanentemente. Com o quê? Com os meus medos, pois com certeza. Portanto, acho que é claro como água, que me tenho deixar de merdas e mandar todas as minhas paranóias para trás das costas. Quando é que eu vou finalmente começar a fazer isso?
Quando chegarmos aos sessenta dias, rezo eu (não, vá, eu não rezo que sou agnóstica) para que lá cheguemos e a muitos mais, espero para meu, aliás nosso bem, que já me tenham ajudado a largar alguma da minha bagagem. Porque a cada dia que passa fica mais pesada e impossível de suportar e não é meu direito dividi-la com outra pessoa que é totalmente alheia a toda a sua origem.
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