Já há alguns anos, vi um filme chamado About a Boy. Pouco me lembro sobre a história e praticamente a única memória que tenho é do Will (personagem desempenhada pelo Hugh Grant) repetir a frase "Men are all islands." ao longo do filme, ainda que em diferentes contextos. Lembrei-me disto porque uma amiga há dias dizia-me que ninguém é uma ilha, nenhum Homem (no sentido de ser humano, não especificamente de género) consegue viver sozinho.
Os seres humanos são seres sociais. A sua integração na sociedade é fundamental para o seu desenvolvimento e bem-estar. Por muito que possamos sentir-nos bem sozinhos, precisamos de interagir socialmente. Por muito anti-sociais que nos consideremos, não conseguiremos sobreviver como seres totalmente associais porque não é assim que funciona a natureza humana.
A XVII Meditação de John Donne, escrita em 1624, é a origem desta mesma citação e diz o seguinte:
"No man is an Iland, intire of it selfe; every man is a peece of the Continent, a part of the maine; if a Clod bee washed away by the Sea, Europe is the lesse, as well as if a Promontorie were, as well as if a Mannor of thy friends or of thine owne were; any mans death diminishes me, because I am involved in Mankinde; And therefore never send to know for whom the bell tolls; It tolls for thee."
Há algum tempo, houve uma altura em que me convenci a mim própria que conseguia ser uma ilha. Que não precisava de ninguém, que as interacções sociais eram completamente desnecessárias e prescindíveis. Julguei conseguir sobreviver no meu mundinho hermeticamente isolado, na minha bolha. E queimei-me à grande porque tal é completamente impossível. Julgarmo-nos capazes de agir e viver como ilhas suga-nos a felicidade aos poucos, devagarinho.
Hoje sei que não sou uma ilha, mas sim parte de um continente. Não faço parte de uma América ou de uma Ásia; talvez o meu continente se assemelhe mais a uma Oceânia. O meu continente é dos mais pequenos e menos populados do Mundo, porque são essas poucas interacções e esses pequenos pedaços de terra que me ligam a outras pessoas, outras ilhas, que me fazem feliz. Houve meia dúzia de outras pessoas, outras ilhas, que por correntes marinhas controladas por uma força que me transcende, foram arrastadas suavemente até mim, até colidirmos e nos fundirmos, formando a minha Oceânia. E assim me apercebi que realmente estas colisões, estas interacções são fundamentais à existência.
Podemos precisar de momentos sozinhos, de momentos em que nos deixem ser apenas ilhas à deriva num enorme oceano, para tornar possível uma nova colisão com uma outra ilha, para que o nosso continente vá crescendo aos poucos. Para assegurar a nossa sobrevivência enquanto ser humano e nos manter afastados do estado irreversível que é quando deixamos de ser humanos e passamos a meros seres robóticos. Mas não passarão disso mesmo: pequenos momentos.
Os seres humanos são seres sociais. A sua integração na sociedade é fundamental para o seu desenvolvimento e bem-estar. Por muito que possamos sentir-nos bem sozinhos, precisamos de interagir socialmente. Por muito anti-sociais que nos consideremos, não conseguiremos sobreviver como seres totalmente associais porque não é assim que funciona a natureza humana.
A XVII Meditação de John Donne, escrita em 1624, é a origem desta mesma citação e diz o seguinte:
"No man is an Iland, intire of it selfe; every man is a peece of the Continent, a part of the maine; if a Clod bee washed away by the Sea, Europe is the lesse, as well as if a Promontorie were, as well as if a Mannor of thy friends or of thine owne were; any mans death diminishes me, because I am involved in Mankinde; And therefore never send to know for whom the bell tolls; It tolls for thee."
Há algum tempo, houve uma altura em que me convenci a mim própria que conseguia ser uma ilha. Que não precisava de ninguém, que as interacções sociais eram completamente desnecessárias e prescindíveis. Julguei conseguir sobreviver no meu mundinho hermeticamente isolado, na minha bolha. E queimei-me à grande porque tal é completamente impossível. Julgarmo-nos capazes de agir e viver como ilhas suga-nos a felicidade aos poucos, devagarinho.
Hoje sei que não sou uma ilha, mas sim parte de um continente. Não faço parte de uma América ou de uma Ásia; talvez o meu continente se assemelhe mais a uma Oceânia. O meu continente é dos mais pequenos e menos populados do Mundo, porque são essas poucas interacções e esses pequenos pedaços de terra que me ligam a outras pessoas, outras ilhas, que me fazem feliz. Houve meia dúzia de outras pessoas, outras ilhas, que por correntes marinhas controladas por uma força que me transcende, foram arrastadas suavemente até mim, até colidirmos e nos fundirmos, formando a minha Oceânia. E assim me apercebi que realmente estas colisões, estas interacções são fundamentais à existência.
Podemos precisar de momentos sozinhos, de momentos em que nos deixem ser apenas ilhas à deriva num enorme oceano, para tornar possível uma nova colisão com uma outra ilha, para que o nosso continente vá crescendo aos poucos. Para assegurar a nossa sobrevivência enquanto ser humano e nos manter afastados do estado irreversível que é quando deixamos de ser humanos e passamos a meros seres robóticos. Mas não passarão disso mesmo: pequenos momentos.
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