Tuesday, February 8

Nunca na vida fui lambe-botas. Não faz parte do meu feitio. Até poderia ter sido, nalgumas situações que já se passaram na minha vida; podia ter passado a mãozinha pelo pêlo a pessoas que não gosto nem um bocadinho para daí retirar benefícios mas nunca o fiz. Nem com professores nem no sítio onde (ao todo) já trabalhei durante uns bons dois anos. E muito menos com amigos ou pessoas próximas.
Eu tenho alguns objectivos a curto, médio e longo prazo e quero atingi-los não por andar aí a engraxar os sapatos a quem se possa cruzar no meu caminho mas sim com o meu trabalho, com a minha personalidade e com outras coisas que se revelem importantes para a realização de tais objectivos. (Isto pode parecer conversa de chacha mas não só é totalmente verdade e não é dito só para fazer número como este post também há-de ter uma finalidade... algures.)
No último ano do Secundário, estive numa turma que era hiper-competitiva. Era a turma de Biologia, que tinha a malta toda que ambicionava ir para Medicina ou seja ter notas altas era fundamental. Para eles. Eu como nunca na vida quis Medicina, pouco me importava com comparações e o X teve mais três décimas que o Y e que eu e pequenas quezílias do mesmo género. Só me metia no meio, porque tenho esta característica irritante que é ter o coração ao pé da boca e dizer praticamente tudo o que penso e sinto, nomeadamente quando toca a injustiças, quando realmente achava que a competição me começava a prejudicar e aí, meus amigos, tenhamos lá calminha que eu não lixo a vida académica a ninguém, também não tolero cá que me venham lixar a minha!
Chegada à faculdade, cedo me apercebi que devia começar a abrir os olhos porque pouca gente dá ponto sem nó. Pelo menos, aqui neste curso, que é muito recente e que vai ter um grande número de licenciados a sair no mesmo ano (o meu, que se tudo correr bem será daqui a cerca de um ano e meio). Então, a malta começa toda a esgatanhar-se e quase a chegar à violência (e olhem que bem que apetece assentar um par de estalos às vezes) para ser o melhor, ter as melhores notas e f**** a vida dos outros, coisa que no meu entender é completamente absurda e ridícula e só revela uma falta de carácter imensurável. E bem, digamos que se é para ser f****a, ao menos que mo façam bem.
Quando a professora de uma das minhas cadeiras do semestre passado ('aí, lá vai ela falar nisto outra vez, que paranóia, credo rapariga!') decidiu chumbar oito pessoas de uma turma de vinte na avaliação prática porque essas oito formavam dois grupos de trabalho que eram aqueles que iam menos às aulas, não toleravam certas humilhações que ela os queria fazer passar e, pura e simplesmente, não lhe sorriam nem acenavam com a cabeça a tudo o que ela dizia como se fosse algo dogmático, houve quem lhe passasse a mão pelo pêlo, dizendo a quem quisesse ouvir que com certeza, o seu método de avaliação era justíssimo. E isso meteu-me nojo! Mesmo. N-o-j-o. E eu não sou pessoa de me enojar facilmente. Mas senti-me a ser mal f*****. E não gostei.
E vai daí que como tenho o coração ao pé da boca, cheguei uns dias depois a uma reunião de ano e com uma classe que não me é característica (não é falsa modéstia, mas normalmente quando me irrito foge-me também a língua para a asneira) mandei um grande pontapé na boca de quem me quis f**** e não o soube fazer decentemente, ou pelo menos, de forma a que eu não desse por isso. Nesse dia, a carapuça enfiou-se tão bem na cabecinha de alguns que até deu gosto e a partir daí foi sempre tudo simpatias e sorrisos, que o cinismo abunda ali pelos lados da minha faculdade.
Vão lá engraxar os sapatinhos a quem vos apetecer, passar a mãozinha pelo pêlo dos professores que quiserem, mas não me metam no meio. Nem me tentem lixar a vida dentro do curso porque eu também não faço isso a ninguém. E se me quiserem mesmo f****, aprendam a fazê-lo bem, que quando o fazem mal fico assim com uma sensação incómoda no estômago que só passa quando puder mandar-vos um baláziozinho no meio dos olhos, sim? Obrigado.

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