Tuesday, May 24

Em certas coisas, eu ainda ajo como se fosse uma criança. Sou mais inocente do que deveria (os vinte e algumas vivências minhas já me deviam ter ensinado mais), sou mais ciumenta e impulsiva do que é esperado e acima de tudo deslumbro-me com uma facilidade tão idiota que até enerva, só de pensar nela.
Estou a deslumbrar-me a pouco e pouco e desde ontem que o sorriso não me larga. Apesar dos nervos por causa da aula de orientação hoje sobre um trabalho de final de semestre, apesar de não dormir mais de quatro horas há duas noites e ter imenso trabalho acumulado (para os professores da minha faculdade, bonito, bonito é pôr as entregas de trabalhos, as frequências e os exames práticos TODOS nas últimas duas a três semanas do semestre... isso é que é bonito!), estou com um sorriso do tamanho do mundo e com um sentimento idiota a crescer cá dentro, que ainda não me atrevo a pronunciar em voz alta.
A imagem do post abaixo (vá, as duas primeiras frases) em tudo tem a ver com a minha tarde de ontem porque é em momentos como estes que vem ao de cima o bom que tudo o resto consegue camuflar o resto do tempo. Nem a vozinha que me gritava "tens de ir fazer alguma coisa de útil por ti abaixo, rapariga!" nem o facto de ter saído de uma aula a meio e só ter voltado ao laboratório umas cinco horas mais tarde para ir buscar as minhas coisas, me afastou dali. Foi natural, fluido e soube tão bem. Limpou-me a alma e assegurou que a minha atitude parva de uns dias antes não tinha tido repercussões, antes pelo contrário.
A questão é que este sorriso e este deslumbramento já por cá andaram (e não foi assim há tanto tempo) e acabaram porque me caiu uma panela em cima da testa que me fez perder o norte. E o sul. E o este e o oeste também. E desde aí que ando desorientada.
Ontem fiquei desorientada (ainda mais?) mas de uma forma diferente. Fiquei desorientada com a confiança, com o à-vontade, com os pontos comuns, com as palavras (aquela frase que me disseste vai aqui ficar e espero mesmo dizer-te um dia "tinhas razão quando me disseste isto"). Acho que estou a começar a re-encontrar o meu norte. Só desejo ansiosamente que haja oportunidade para encontrar os restantes pontos cardeais.

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I've rambled. Now, it's your turn.