Wednesday, January 14

A Minha Geração

Ontem foi um dia daqueles. Começou cedo, quando me levantei às 7h da manhã e só acabou à 1h, quando finalmente consegui ir-me deitar. Para além de compriiiido, também foi stressante e triste. Triste porquê? Porque voltei ao lugar onde passei 14 anos da minha vida, lugar para o qual odiava ir todos os dias nos últimos cinco anos.
É triste constatar que está tudo na mesma naquele Colégio. O pouco que mudou, mudou para pior. Desde que acordei para a vida, por volta dos quinze, dezasseis anos, que detestava o facto de todos os dias ter de ir para ali, para um sítio com o qual não me identificava. Mas aguentei-me, acabei o Secundário e, não fosse uma porcaria de um impresso e o facto de a minha melhor amiga ainda lá estar, não voltava a pôr lá os pés tão cedo. É triste voltar a um sítio onde só vemos pessoas que não nos dizem nada, nem nunca disseram.
Nasci em Outubro de 1990. Uns meses antes tinha-se estreado o primeiro episódio de Seinfeld. Mais ou menos na mesma altura em que vi a luz do dia pela primeira vez, rebentava a Guerra do Golfo, com o Iraque a invadir o Koweit e a Alemanha era re-unificada. Tenho 18 anos. Faço parte da geração dos telemóveis, da Internet, do MSN e das SMS. Sou da época das Spice Girls e do Titanic (que admito, nunca vi). Faço parte da geração em que ser fashion é ter o cabelo amarelo (é que nem é loiro, é mesmo amarelo), vestir-se igual às outras e ir pintada e de saltos para as aulas. Sou dos anos dos reality-shows e da MTV. Sou da geração da Britney Spears, do High School Musical e dos Tokio Hotel.
Sou da geração tanta vez apelidada de RASCA. E ontem, depois de ver de novo aquela gente, vim o caminho todo até ao trabalho a pensar nisto. Nunca a expressão "Geração Rasca" me tinha parecido tão acertada.
Preferia ter nascido nos grandes anos 80. Preferia ser da geração dos Metallica ou dos Nirvana e dos Pearl Jam, essa mítica geração do grunge. Uma geração que não pensava apenas em casar com um gajo rico qualquer para não fazer nenhum a vida toda e ter montes de dinheiro. Preferia ser da geração em que o que interessava era aquilo que de facto se fazia de útil e não apenas as futilidades que interessam a esta geração rasca (compras, sair à noite, não estudar, não fazer nenhum e fumar e beber, só para dar alguns exemplos).
Preferia ser uma de geração que não fosse rasca. Preferia ser de uma geração que não fosse a minha. Enfim... São gostos.

1 comment:

  1. Olá Alexandra. Sou um pouco mais velha que tu mas ainda pertencemos à mesma geração. Confesso que também preferia pertencer a outra geração, mas quando vejo a geração que se está a formar agora fico orgulhosa da minha. Os adolescentes de hoje em dia não sabem o que é música, só ouvem Tokio Hotel e música pop; não sabem o que é aprender, nas escolas tudo lhes é facilitado; não sabem o que é ter o seu próprio estilo e serem diferentes uns dos outros, vestem-se todos de igual e são todos iguais; não sabem o que é a amizade, aproximam-se das pessoas conforme a sua popularidade; e não sabem o que custa a vida, os pais dão-lhes tudo, mesmo que eles não façam nada de jeito.
    Tendo em conta tudo isto, a nossa geração não é assim tão rasca...
    Beijinhos.

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