Monday, July 20

21/07/2006

Faz amanhã três anos que nasceste. Se bem me lembro, passava pouco das 22h, quando o meu pai, o teu Tio João, telefonou cá para casa a dizer que tinhas nascido e que estava tudo bem contigo e com a tua mãe, felizmente.
Até os teus pais se terem casado, há oito anos atrás, o teu pai era um perfeito estranho para mim. Sim, era meu tio e irmão mais novo do meu pai, mas o facto de viver a 400 km de distância e só o vermos praticamente no Natal, e às vezes nem isso, dificultava muito as coisas. Ele era muito calado, chegava cá a Lisboa, passava cá meia-dúzia de dias, pouco falava e adeusinho, tenho que voltar para casa. Até ao dia em que ele convocou um jantar de família, sem motivo aparente. Estranhámos. Lembro-me de os meus pais (ainda casados na altura) se perguntarem O que é que será que o Luís quer? Nessa noite, caiu a bomba (no bom sentido, claro).
Passado pouco tempo, três ou quatro meses ou o que foi, o meu conceito de família (que nos dias que correm não vale a ponta de um corno, mas isso são outras questões) mudou e bastante, quando ganhei uma 'tia' nova. Uma tia que não tinha nada a ver com as outras que eu já conhecia, nada mesmo. Que me apaixonou à primeira vista, por ser muito boa pessoa, amorosa, expansiva, sempre com um sorriso na cara, uma palavra de conforto e um abraço prontos a dar.
Dizem que a família não se escolhe... É verdade. Se se pudesse escolher, ela não estaria a 400 kms de distância, mas sim mesmo aqui ao lado. Porque ela, não nos conhecendo de lado nenhum, fez o teu pai aproximar-se mais da família que emigrou para Lisboa, e isso é algo de louvar e que, para mim, significou muito. Isso entre outras inúmeras coisas... Adiante.
Beatriz, ficámos a saber naquela noite, era o nome que te tinham decidido dar. Três semanas depois de nasceres, fiz o meu pai (o que ele já passou comigo, coitado, realmente...) levar-me a ver-te. Fiquei praticamente quinze dias a dar cabo da paciência ao teu pai e à tua mãe. Vi-te, pequenina, nunca na vida tinha pegado num bebé tão pequeno, dei-te banho, mudei-te a fralda, adormeci-te... Apaixonei-me por ti ainda tu quase não tinhas aberto os olhos (e tens uns olhos azuis tão bonitos...). Convidaram-me para tua madrinha e eu, mesmo não acreditando em Deus nem nada dessas coisas, fiz uma promessa no teu baptizado, promessa essa que tenciono cumprir, nem que me mate toda para o fazer.
Nestes três anos, alegraste a minha vida muitas e muitas vezes, Beatriz. E ao longo da tua vida, alegrarás muitas mais com certeza. Mesmo estando a 400 kms de distância. :)

3 comments:

I've rambled. Now, it's your turn.