Monday, February 14

Valentine's Day.

Nunca celebrei um Dia de S. Valentim. Nunca recebi um cartão, um ramo de flores, uma mensagem ou um e-mail que, neste dia, me dissesse "Gosto de Ti." ou "És Especial." ou "Adoro-te." ou uma dessas demonstrações que tantas vezes menosprezamos por serem corriqueiras mas que nos elevam o ego e a auto-estima e nos fazem sentir felizes por dentro. E por muito que uma pessoa diga que não deve haver dias específicos para estarmos com as pessoas de quem gostamos e as fazermos sentir especiais (como eu já aqui disse neste blog, várias vezes, neste mesmo dia), há que reconhecer que sabe bem. Todos os mimos, ou pelo menos quase todos, que nos possam fazer são bem-vindos, seja em que dia for. O 'problema' está em fazer deste dia uma obrigação e associar-lhe um consumismo desenfreado e muitas das vezes sem significado.

Os dois relacionamentos que já tive, aqueles que realmente significaram algo, duraram cerca de duas semanas e dois meses cada, respectivamente. Ocorreram no Verão, ou seja, nunca aguentei ninguém tempo suficiente até chegar Fevereiro e o dia do Santo Padroeiro dos namoros.
Há umas duas semanas ou coisa que o valha, disse à minha melhor amiga aquilo que inspirou que ela me mandasse esta imagem. Verdade é que o espírito por aqui não anda em grande nível e ao telefone, naquele dia, saíu-me o "vou ser daquelas velhotas que vive num t0 na Damaia, sozinha, e com uma data de gatos". Ela, das poucas pessoas a quem tolero que me "goze", enviou-me esta imagem na sexta-feira. E pese embora continue convencida que é aquilo que me vai acontecer, sorri.
Pese embora não goste nada deste meu lado mais cliché e lamechas, tenho esta idealização de que um dia vou passar um 14 de Fevereiro e ouvir um "Gosto de Ti." um "És Especial." ou um "Adoro-te." dito baixinho, ao ouvido, enquanto depois de jantarmos em casa juntos, ele me vai pegar na mão, pôr a tocar a Delicate do Damien Rice, seguida da Lover, You Should've Come Over e da Hallelujah do Jeff Buckley, da Come Back dos Pearl Jam, da Wonderful Tonight do Eric Clapton, abraçar-me e dançar comigo, mesmo que praticamente não saiamos do mesmo sítio e mais pareçamos um par de marionetas desarticuladas. Na mesa, por entre velas, uma jarra verde com um ramo de sete rosas negras.
Verdade é que não precisa necessariamente de ser um 14 de Fevereiro. Pode ser um 21 de Março, 28 de Abril ou 7 de Maio. Pode ser um dia qualquer, que eu sou lamecho-pindérica e hoje estou particularmente sensível mas não sou esquisitinha.

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