Gosto dos Deolinda. Acho que têm algumas músicas que são verdadeiramente boas e bem construídas. A Parva Que Sou não é uma delas. Não é uma boa música. Tem uma letra que grita revolta em todas as palavras, mas não é uma boa música. Quer representar uma geração que tantas vezes já foi apelidada de Rasca mas que agora se define como à Rasca. E que é definida por muitos outros como Geração Parva.
Eu não acho piada nenhuma a meterem-me no mesmo saco da Geração à Rasca. Eu não sou uma pessoa à Rasca. Estudo no Ensino Superior privado não por opção, mas por obrigação uma vez que o curso que sonhava tirar apenas existe em duas faculdade privadas (uma no Porto e uma em Lisboa). Vou de transportes públicos para a faculdade e demoro cerca de uma hora, entre três transportes diferentes, para lá chegar. Tenho um carro velho, literalmente a cair aos bocados, que fui eu que o paguei mas pouco anda porque a gasolina anda pela hora da morte. Tenho alguns luxos que muita gente não tem, tenho uma máquina fotográfica boa (não é a tão desejada Nikon D3100, mas para lá caminhamos que a poupança já começou) e uma Playstation 3 mas ambas foram também compradas por mim. Há três anos que trabalho numa loja, ocasionalmente, férias de Verão e assim, porque o dinheiro não cai do céu, a crise chegou cá a casa também e eu gosto pouco de ser parasita. Não vou jantar fora todas as semanas, não vou a todas as festas da faculdade nem a todos os concertos que gostaria. Poupo o dinheiro que consigo, para ir aos festivais de Verão e merdas do género porque são coisas extra e que se realmente quero ir, tenho de trabalhar para isso. Não compro roupa todas as semanas, nem todos os meses, não gasto fortunas em CDs, DVDs, e outros consumismos. Confesso, a minha perdição são os livros, as únicas coisas que vou comprando com regularidade porque adoro ler.
Por aqui, isto está complicado mas há inúmeras pessoas, milhares e milhões de pessoas que estão muito pior que eu. Por isso, não me metam no mesmo saco que as pessoas que estão à Rasca. Há quem esteja à Rasca porque não sabe, como eu sei, ser Desenrasca(e não é presunção, é a realidade). Há quem gaste ainda hoje, nestes tempos de crise, mais do que ganha, embarque em viagens e compre carros novos, e jóias e por aí fora. Há quem se queixe da crise mas esteja desempregado porque o emprego que poderia arranjar o obrigaria a deslocar-se e isso está fora de questão. Há quem se acomode e prefira atacar os outros em vez de tentar lutar pela sua vida.
Muitas das vozes deste protesto à Rasca, têm esta última característica. E por isso é que me incomoda que me metam no mesmo saco que eles. Irrita-me. Faz-me alergia. Não me comparem a quem anda por ai a coçar a micose e depois se queixa que está à Rasca.
Eu não estou à Rasca. Eu sou Desenrasca, o que é completamente diferente. Isso é que queria demarcar. E discordo completamente do conceito "para ser escravo é preciso estudar" porque eu se algum dia acabar num emprego mal pago não acharei que andei a estudar para ser escrava. Andei a estudar por ser uma mais-valia possível não só para o meu futuro profissional mas também para a minha formação enquanto pessoa.
Eu não acho piada nenhuma a meterem-me no mesmo saco da Geração à Rasca. Eu não sou uma pessoa à Rasca. Estudo no Ensino Superior privado não por opção, mas por obrigação uma vez que o curso que sonhava tirar apenas existe em duas faculdade privadas (uma no Porto e uma em Lisboa). Vou de transportes públicos para a faculdade e demoro cerca de uma hora, entre três transportes diferentes, para lá chegar. Tenho um carro velho, literalmente a cair aos bocados, que fui eu que o paguei mas pouco anda porque a gasolina anda pela hora da morte. Tenho alguns luxos que muita gente não tem, tenho uma máquina fotográfica boa (não é a tão desejada Nikon D3100, mas para lá caminhamos que a poupança já começou) e uma Playstation 3 mas ambas foram também compradas por mim. Há três anos que trabalho numa loja, ocasionalmente, férias de Verão e assim, porque o dinheiro não cai do céu, a crise chegou cá a casa também e eu gosto pouco de ser parasita. Não vou jantar fora todas as semanas, não vou a todas as festas da faculdade nem a todos os concertos que gostaria. Poupo o dinheiro que consigo, para ir aos festivais de Verão e merdas do género porque são coisas extra e que se realmente quero ir, tenho de trabalhar para isso. Não compro roupa todas as semanas, nem todos os meses, não gasto fortunas em CDs, DVDs, e outros consumismos. Confesso, a minha perdição são os livros, as únicas coisas que vou comprando com regularidade porque adoro ler.
Por aqui, isto está complicado mas há inúmeras pessoas, milhares e milhões de pessoas que estão muito pior que eu. Por isso, não me metam no mesmo saco que as pessoas que estão à Rasca. Há quem esteja à Rasca porque não sabe, como eu sei, ser Desenrasca(e não é presunção, é a realidade). Há quem gaste ainda hoje, nestes tempos de crise, mais do que ganha, embarque em viagens e compre carros novos, e jóias e por aí fora. Há quem se queixe da crise mas esteja desempregado porque o emprego que poderia arranjar o obrigaria a deslocar-se e isso está fora de questão. Há quem se acomode e prefira atacar os outros em vez de tentar lutar pela sua vida.
Muitas das vozes deste protesto à Rasca, têm esta última característica. E por isso é que me incomoda que me metam no mesmo saco que eles. Irrita-me. Faz-me alergia. Não me comparem a quem anda por ai a coçar a micose e depois se queixa que está à Rasca.
Eu não estou à Rasca. Eu sou Desenrasca, o que é completamente diferente. Isso é que queria demarcar. E discordo completamente do conceito "para ser escravo é preciso estudar" porque eu se algum dia acabar num emprego mal pago não acharei que andei a estudar para ser escrava. Andei a estudar por ser uma mais-valia possível não só para o meu futuro profissional mas também para a minha formação enquanto pessoa.
Esclarecimento: Atenção, cada um faz aquilo que bem lhe apetece e este post não se destina a defender ninguém, nem atacar quem hoje se deslocou a Av. da Liberdade para se manifestar, pois está no seu pleno direito. é só mesmo a minha opinião em relação a uma das questões controversas destes últimos dias. Muito melhor que eu, escreveu uma das minhas bloggers preferidas, a Pólo Norte, aqui e aqui. Ide ler que vale a pena.
Viva o desenrascanço, fala uma parasita de presença que nada consome para além de comida e, excentricidade!, alguma luz e água em casa dos paizinhos ainda.
ReplyDeleteSó queria dizer que concordo com o teu post; o desenrasque foi votado internacionalmente como uma das melhores palavras do mundo. Tal como Saudade, indefinível noutras línguas que não o Português. Só os tugas conhecem o desenrasque, Mac Gyvers do dia-a-dia. Infelizmene, isso 'tá-se perdendo, minha gente.
Bem-Haja alguém que subsiste.
desenrasca. isso mesmo, alexandra.
ReplyDeletegosto dos deolinda, mas isso da geração deolinda está a ser altamente sobrevalorizado. eu não sou dessa geração. sou da geração que olha.. se desenrasca. isso mesmo.