Desde que entrei na faculdade, há dois anos, que nunca consegui fazer o pleno em nenhum semestre. Nos exames de primeira fase, tenho chumbado sempre a dois ou três (ou mesmo quatro) e depois na época de recurso, nunca passei a todas as cadeiras que tinha para fazer. No máximo, faço quatro ou cinco cadeiras em cada semestre e até agora, até chegar ao terceiro ano, andei sempre apertada por ter de fazer cadeiras em atraso.
Este ano, sou finalista. Portanto, não se punha a hipótese de deixar nada para trás, ainda mais depois da sorte que tive em Agosto quando fui autorizada a passar para o último ano do curso em vez de ficar retida no segundo, mesmo apesar de ter cinco cadeiras em atraso.
A verdade é que, depois do exame de hoje e mesmo ainda faltando um de época normal (que é na sexta-feira), quase de certeza que vou fazer seis cadeiras na primeira fase de exames deste ano. E as restantes duas das oito que tinha para fazer este semestre vão ser feitas na época de recurso. Nem que chovam martelos.
Foi preciso chegar ao último ano para me sentir apertada, como me disseram. E aí, comecei a fazer tudo. Passar em cinco exames em dez dias, isso sim, é motivo para me deixar orgulhosa.
O engraçado é que faz hoje precisamente um ano que tive uma quebra emocional tão grande que me fez não estudar quase nada, não me preocupar com o facto de não passar nos exames e foi uma das grandes razões para este ano estar tão sobrecarregada de cadeiras. E estar agora conseguir fazer tudo, sem grandes nervos nem noites sem dormir, nem dias sem comer, nem falhanços desmedidos, prova que não só há males que vêm por bem e que nos ensinam lições valiosas como que quando eu meto algo na cabeça, consigo mesmo fazê-lo. Desde que esteja bem para me mentalizar disso.
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