Friday, February 13

Blue and Yellow #1

Este post bem que podia ser a continuação do anterior porque hoje me apetece filosofar sobre relações, mesmo não percebendo nada do assunto. É assim, abrimos um bocadinho pequenino duma janela, vem logo uma corrente de ar e trufas! Adiante...
A propósito de um e-mail que está no Outlook em stand-by há vários dias, à espera que eu o escreva e envie, e a propósito também da destinatária desse e-mail, estive a pensar em relações à distância. A pessoa para quem deveria mandar o e-mail é (era?) minha amiga já há praticamente oito anos e desde finais de Outubro que vive em Londres. Durante imenso tempo, senti-me movida por uma espécie de 'obrigação', que ela claramente não sentia, em manter o contacto, pela ligação que tínhamos e pelo facto de gostar imenso dela mas hoje em dia já não sinto obrigação nenhuma. Daí o e-mail estar armazenado no Outlook. Porque é que eu hei-de estar a puxar uma corda que do outro lado já está solta há muito tempo? Por teimosia (ou terá sido estupidez?) quis ignorar esse facto durante meses, anos, até que finalmente me cansei. Cumpri o meu papel, tentei ao máximo, por isso agora já não me custa quase nada não lutar por algo que não vale nada. Ou melhor, que só valia alguma coisa para mim. Encontrei quem a substituísse, assim como ela fez comigo bastante mais rápido até (e não foi só comigo).
Dando um saltinho da amizade para o amor, hoje sou uma céptica no que toca a relações à distância. Meia dúzia de leitores deste blog, se tanto, agora vão estar a pensar "Ah e tal, mas ainda há seis meses a tua conversa era outra...". Pois era, meus queridos, pois era mas há seis meses eu andava com a cabeça apaixonada e nas nuvens e só os burros é que não mudam de opinião. Eu, felizmente, até me considero um bocadinho inteligente e pensei melhor. Há seis meses atrás não sabia o que sei hoje e por isso mudo o discurso.
Para uma relação funcionar não basta só que as duas pessoas gostem muito uma da outra. Pode ser tudo muito bonitinho, até se podem falar todos os dias e dar-se sempre bem e nunca discutir mas quando, e se a relação lá chegar, e a convivência se tornar quase permanente, day in and day out, o caso muda de figura. Há aqueles dias maus que têm de ser ultrapassados em conjunto (então se um dos dois tiver o mau feitio que eu tenho, preparem-se que não deve ser nada fácil). Há as discussões. Os ciúmes, que à distância até são sempre mais díficeis de controlar e influenciam tudo o resto. Os pequenos pormenores do dia a dia, bons e maus, que quando se tem uma relação à distância não surgem. Se as duas partes tiverem força para isso, pode-se manter um relacionamento destes durante anos e anos, não digo que não. A única coisa que eu duvido é que quando finalmente juntarem os trapinhos, derem o nó e 'bora lá morar juntos', a coisa dê certo.
Pode dar, não digo que não, mas duvido.
Por isso, hoje digo que a minha conversa de há seis meses era um grande disparate... Acho que nunca irei saber o que é que teria saído dali, caso a relação tivesse tido pernas para andar, mas sei que a consequência não foi má, pelo contrário, até foi bastante boa. O mesmo não se pode dizer de outros casos. Que efectivamente andaram para a frente mas que um dia poderão dar três passos de gigante atrás (ou eu também posso estar altamente enganada).

(Música que dá título ao post aqui.)

1 comment:

  1. em relação a amizades à distância, eu tenho uma amiga há mais de 20 anos, vemo-no de pouco em pouco tempo. não escrevemos emails, nem trocamos sms diariamente, nem de semana a semana, nem de mês a mês. falamos quando calha, na net. encontramo-nos quando vamos as duas de fim de semana a casa. e, mesmo estando as duas em lisboa, quase nunca nos vemos. no entanto, não é por isso que a amizade não existe. e quando estamos juntas, estamos juntas a valer. e posso dizer que tenho este tipo de relação com mais do que uma amiga. tenho também uma amiga a morar fora de portugal. falamos de vez em quando. quando ela vem cá, tento vê-la (o que nem sempre acontece, por variadas circunstâncias). mas quando é, é. não devia ser a distância a ditar o fim da amizade.
    no teu caso, percebo que não foi isso, mesmo. a pessoa em questão moved on para outra coisa qualquer. e se assim foi, acho que fizeste muitíssimo bem em fazer o mesmo.

    relativamente às relações à distância com a cara metade, bem... às vezes nem quando estão perto um do outro elas resultam, quanto mais... nessas sou muito (BASTANTE) mais céptica.

    anyway, cheer up! se amanhã não trabalhares, vais apanhar um solinho e esses pensamentos do demo vão todos embora! :)

    *

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