Vou assistir pela segunda vez a um concerto da minha banda preferida de todos os tempos. Cinco pessoas que conseguem elevar a música a um nível (praticamente) inatingível e que há já 23 anos escrevem a sua história através de solos de guitarra geniais, momentos de bateria electrizantes (como este... nomeiem o baterista que quiserem que não existe ninguém no planeta que faça isto como o Mike o faz), melodias de piano que arrepiam e nos tocam cá no fundo e um baixo que faz mais, mas muito mais, do que simplesmente marcar o ritmo e acompanhar.Não é qualquer um que ouve e compreende Dream Theater na sua essência. Digo isto sem ponta de vaidade ou pretensiosismo, digo apenas por ser verdade. É preciso saber ouvir Dream Theater. O facto (sim, porque é um facto) de serem cinco elementos e todos eles geniais naquilo a que dedicam a sua vida e que abraçaram como profissão torna a sua música densa, díficil de apreciar à primeira vista. Saber ouvir Dream Theater passa por separar primeiro os seus componentes. Saber perceber que o Mike é o controlador e que a bateria comanda muitas das suas músicas; saber ouvir os rasgos de magia personificados pelo Petrucci e pela sua (e minha) tão amada guitarra; saber acompanhar o Myung e as suas mãos enormes, gigantescas que dominam um baixo de seis cordas, tarefa que não deve ser nada simples; saber que a qualquer momento o Jordan pode meter no meio de algo muito pesado um orgãozinho "que parece daqueles jogos dos anos 80"; saber compreender que o LaBrie já teve uma grande voz e que apesar de ele dizer que está completamente recuperado, nunca voltará aos tempos de Images & Words.
Só depois disto é que é possível formar-se uma opinião real sobre a música de Dream Theater. Depois de se ouvir todos os pormenores, de se sentir aquele conjunto mágico de instrumentos. Comigo foi assim. Algures em 2004 ou 2005, fomos almoçar fora em família. Lembro-me de ir no carro com o meu irmão e de, ao pararmos durante uns dez, quinze minutos já não sei bem porquê, ele fazer-me ouvir aquela que será a sua música preferida de DT (e arrisco-me a dizer uma das suas músicas preferidas de sempre). Eu devia ter uns 14 anos na altura e, sou sincera, nunca tinha ouvido um baixo na vida (vá, vá, não me espanquem...). E o Miguel esteve ali uma data de tempo, sempre a repetir o mesmo bocado, a insistir para que eu conseguisse ouvir o baixo. Vezes e vezes sem conta até que lá ouvi, finalmente.
A música em questão tem 11.34 minutos e chama-se Learning to Live. É das melhores músicas da sua carreira e tem uma letra lindíssima que devia ser lida por toda a gente.
Amanhã por esta hora, vou estar literalmente no meu teatro dos sonhos. Na melhor das companhias. Por isso, e para terminar este texto que não pretende ser nada mais do que a paixão que eu sinto por esta banda traduzida em meras palavras de alguém que não é crítica de música nem formada no Conservatório mas que vive A música como poucos (mais uma vez sem pretensiosismos, é a mais pura das verdades), 'dedico' este rasgo de inspiração ao meu irmão. E deixo-vos com o vídeo desta lição de vida. Porque amanhã vamos ouvi-la... nem que seja só uma amostra. :)
confesso que não conheço. só de nome, mesmo. tenho de ver se averiguo isto.
ReplyDeletemenina alexandra, passe lá no coiso, que há algo para si, sim? :)
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