Wednesday, November 10

[Passaram-se cinco dias. Cinco dias em que não saber nada de ti me está a corroer por dentro aos bocadinhos. Não te poder contactar, apesar de ser a única coisa que neste momento me apetece fazer e de estar a lutar contra a vontade de te ligar ou mandar uma simples mensagem, é algo difícil de suportar. Não te poder contar que ontem fui enxovalhada mesmo à grande (eu e as minhas colegas de grupo) pela Cruela de Ville, mas mesmo à grande, e que infelizmente já estou tapada por faltas, ou seja, tenho de ir às aulas todas o resto do semestre e ouvi-la a chamar-nos 'inúteis' e 'ignorantes' a cada cinco minutos. Ouvir e calar, senão se abro a boca para reclamar, fico chumbada já em Novembro. Não te poder contar também que ontem fizemos ainda, pela primeira vez, uma análise da cena de crime completa, do princípio ao fim. Eu, como se calcula, ofereci-me para a parte da fotografia e lá andei, de Nikon em punho, e consegui tirar algumas fotografias boas até. Não te poder contar que hoje à noite tenho um jogo de futsal e que, segundo o treinador, posso jogar uns minutinhos desta vez e que a equipa do Instituto não-sei-quê de Ciências Médicas está uns bons furos abaixo de nós e a confiança está em altas para ganharmos este jogo, o que bem precisamos.
Não queria, nem quero, ser a primeira a quebrar este silêncio que está lentamente a dar cabo de mim, mas a verdade é que eu é que sou a emocional. Eu é que sou a que sente tudo à flor da pele, eu é que tenho o coração acelerado desde há cinco dias, com um ritmo que não me deixa dormir sossegada. Eu é que ainda tenho a réstia de esperança dentro de mim, que não sei bem de onde é que vem, parva que sou, que me diz que tu também não estás bem com isto, que sentes a minha falta e que hás-de 'cair em ti' brevemente e sentir que a nossa 'história' não pode acabar assim, desta forma tão out of nowhere.
Aquilo que, eu pelo menos acho que, construímos ao longo de tanto tempo seguido de contacto constante, quase 24h sobre 24h, não deve poder ser assim abalado e 'apagado' graças a uns momentos (ou dias) de fraqueza e stress de ambos. Claro que se for só eu a pensar desta forma, a luta a que me proponho é inglória mas acho que qualquer pessoa apaixonada tem um quê de estupidez que a faz sempre ser uma seguidora de causas perdidas e, por essa mesma razão, por muito que isto vá talvez servir apenas para me magoar e enfraquecer ainda mais, eu ainda acredito.
Por isso, ainda não saíste do meu pensamento e não sei lidar com aquilo pelo qual estou a passar. Por isso, o meu espírito pede que todo este pesadelo acabe proximamente, porque nada vai ficar mais fácil e eu preciso mesmo de um dos meus apoios de volta. Porque me sinto a cair outra vez e os que me seguram não me estão a ajudar a levantar. Faltas-me tu.
E fazes-me uma falta impossível de suportar.]

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I've rambled. Now, it's your turn.