Deixa o Grande Mundo Girar*
Partiram-te o coração em mil pedaços e parece que não os consegues encontrar. Deixa o grande mundo girar. Tens imenso trabalho que mal te deixa parar para aproveitar um pouco o Sol e a Vida. Deixa o grande mundo girar. Só te apetece dormir porque quando estás de olhos abertos são mais as vezes em que vês coisas passadas do que aquelas em que vês o que realmente está à tua frente. Deixa o grande mundo girar. Dás por ti com os nervos à flor da pele 24h por dia e até a mais pequena coisinha te faz explodir. Deixa o grande mundo girar. Queres estender a mão para que alguém te agarre e volte a puxar ao de cima, para lutares contra estas correntes e amarras que te prendem lá em baixo, mas parece que por mais que te estiques e esforces, faltam sempre uns milímetros para que te consigam agarrar. Deixa o grande mundo girar. Tens saudades, muitas saudades, imensas saudades, dos amigos e família que não vês há que tempos. Deixa o grande mundo girar. Fazes tudo o que podes para esticar o dinheiro ao máximo, de forma a durar até ao fim do mês e a conseguires ainda poupar um pouco, mas apesar de toda a ginástica, nunca é o suficiente. Deixa o grande mundo girar.Das coisas que me têm tentado ensinar é que o mundo não pára de girar nunca e que tudo fica bem no final. Se há algo que não está bem, é porque ainda falta o mundo girar mais um bocadinho para que as peças se acertem, encaixem e fiquem assim de vez. O Grande Mundo nunca pára de girar, por muito que nós não nos apercebamos. E tudo ficará bem, no final.* título e ponto de referência deste post roubado ao romance homónimo de Collum McCann, que ando a ler há uns tempos e que é muito, muito bom.
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I've rambled. Now, it's your turn.