Sunday, July 3

A subtle kiss.

"Any of you people ever loved somebody? Sometimes it comes very quickly, very easily... As easy as the way a beautiful English girl's hair falls across her shoulder. Sometimes it disapears just as quick. You wake up one morning, the butterflies stopped fluttering.... But you want it back and you want to fight for it. You wanna breathe that fire again. So you call for it. You call out..."
Brandon Flowers in the middle of the song 'For Reasons Unknown' at Royal Albert Hall, London.

Tudo começa quando menos esperamos e sentimos algo diferente. Há uma pessoa, muitas vezes é alguém que não conhecemos verdadeiramente, que se cruzou recentemente no nosso caminho, que um dia chega perto de nós e sorri e só esse sorriso faz o mundo desabar. O estômago dá um twist estranho que já não acontecia há muito tempo, e parece que os joelhos tremem e as pernas não aguentam mais com o nosso peso.
Para mim, é das melhores sensações do mundo, quando lentamente nos começamos a ligar a essa pessoa, começamos a sorrir de volta cada vez que os olhares se cruzam, a sentir aquele nervoso miudinho quando essa pessoa se aproxima, aquela interrogação parva "do I look okay?", aquela vontade de ver essa pessoa o maior número de vezes possível e de passar muito tempo com ela.
Aquela fase ainda antes de se estabelecer uma relação, seja ela de que tipo for, seja um namoro ou whatever, é a melhor de todas. A troca de olhares e sorrisos, a indecisão entre o ser ou não correspondido.
A verdade é que aqui há uns meses me apareceu à frente alguém que ao fim de algum tempo me fez sentir isso, não estando eu nada à espera que tal acontecesse e sentindo-me agora, finalmente, confortável com isso e não mais preocupada em não o admitir. Certa altura, houve um sorriso, uma conversa, algo que me fez sentir o tal twist, aquilo que em linguagem corrente se costuma chamar de borboletas. E essa sensação repete-se over and over a cada abraço, cada beijinho na testa, cada gesto de maior proximidade.
Não sei o que isto é. Não sei onde é que isto vai dar, principalmente porque daqui a menos de nada, espera-me um verão inteiro com uma distância de milhares de quilómetros. Sei que ainda não tive coragem para sair do meu casulo porque apesar de tudo o que de bom esta situação me faz sentir, há o medinho ainda de cair do pedestal ao qual inegavelmente irei subir se sair do casulo e me deixarem voar. Se sair e me cortarem as asas, sei que me vou espetar cá em baixo a uma velocidade enormíssima, e partir-me mais um bocadinho.
A minha janela de oportunidade está cada vez mais e mais pequenina e continuo sem conseguir decidir-me a agir. E esta sensação, que para mim me completa já em grande parte mas que está a chegar à fase em que é preciso algo mais, continua a fazer-me sentir extremamente bem mas caminha a passos largos para um fim.
O que é que eu faço?


"I said my heart, it don't beat, it don't beat the way it used to (...)
For reasons unknown."

The Killers - 'For Reasons Unknown' - Sam's Town - 2006

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