O seu 21 já anda por aqui em repeat há imenso tempo. E desde a semana passada, em que me apoderei no DVD do concerto que deu no conceituado Royal Albert Hall, em Londres, que ele não sai dos meus olhos e, principalmente, dos meus ouvidos. Tem sido a minha companhia neste último sprint do semestre, em que os dias que faltam para acabar a semana são iguais ao número de exames que ainda tenho para fazer.
É inegável que ela tem uma voz muito bonita e poderosa. E que a sua subida meteórica para os tops todos destes últimos meses em muito se deveu àquela actuação nos Brit Awards, em Fevereiro, em que encantou todos com a Someone Like You. E neste concerto, descobrimos que ela é também uma pessoa muito simples e alegre, que passa bastante tempo a sorrir, apesar da tristeza inerente às suas músicas (já lá irei) e que gosta mesmo de cantar e de estar em palco.
O 21 é um álbum triste, muito triste mesmo. Não é próprio para quem não goste de músicas calmas e que nos puxem um bocadinho para baixo, porque realmente é o que ele faz. Ao ouvir Adele (e estou a referir-me especificamente ao 21 porque o seu antecessor, 19, não é tanto assim), é natural que fiquemos em baixo, tristes mesmo, porque as letras que ela escreveu relatam uma dor incrível, o final de uma relação que não deve ter sido nada fácil de ultrapassar e cuja forma que a pequenina britânica encontrou de fazer a sua paz com aquilo pelo qual passou foi a música. E daí o tom soturno que é transversal a praticamente todo o álbum. E que é motivo para que muitas pessoas se identifiquem com ele mas também para que muitas acabem por não o querer ouvir.
Eu gosto e gosto muito. É o álbum do (meu) ano. Isto porque apareceu na minha vida numa altura em que eu também lidava com o fim de uma relação (curta, mas uma relação nonetheless) que me estava a consumir por dentro e que, apesar de já terem passado cerca de três meses, só naquela altura é que me estava a 'cair a ficha', como se costuma dizer, e é que eu própria me estava a torturar, dia após dia, com os como e os porquês e tudo o mais que nos passa pela cabeça nestas alturas da vida. E uma amiga minha (grande amiga, que desde esses dias que foi incansável comigo) mostrou-me a tal actuação nos Brit Awards e a verdade é que, naquele momento, eu pensei que podia ter sido eu a escrever aquela mesma letra, caso para tal tivesse algum tipo de aptidão. Porque eu estava a passar por aquilo, porque a letra espelhava a minha história (como a de tantas outras pessoas que também se sentem assim tocadas por aquela música) e porque a dor que tinha levado a Adele a escrever aquilo era a mesma dor que eu tinha, naquele momento.
Este 21 ajudou-me e muito a fazer, eu também, a minha paz com aquilo que se passou há pouco mais de um ano e a deixar para trás (ainda que esteja guardada numa parte recôndita da minha memória a qual eu evito despertar) essa fase da minha vida. E por isso, ficarei sempre ligada à Adele e ao seu 21 (curiosamente, o título do álbum é a idade que ela tinha quando o escreveu e que é a minha idade actual), que está presente naquela que poderia ser minha OST. E uma das músicas que lá estará sempre é a lindíssima Set Fire To The Rain.
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