Wednesday, July 29

Já disse que tenho a mania de ligar a tudo o quanto é data?

Esta fotografia, que eu adoro e que aqui está super-adulterada, foi tirada faz hoje precisamente um ano. Nessa altura, estava de férias em casa de uma amiga, numa aldeia que fica praticamente no meio do nada. Ironicamente, foi em parte graças a esses dez dias (e este foi um deles e um dos melhores) que o Verão de 2008 se tornou especial, especialíssimo, muito mais do que eu poderia imaginar quando na véspera deste dia, às oito da manhã, entrei numa camioneta para fazer uma viagem de seis horas e meia.
Se não tivesse ido, ainda hoje provavelmente tinha o pé esquerdo em condições. Mas como fui, torci-o a descer as escadas da casa e ele, coitadinho, nunca mais foi o mesmo. Se não tivesse ido, neste momento não tinha vestido um pijama da Hello Kitty branco às bolinhas vermelhas. Mas como fui, comprei-o precisamente neste dia na Feira de Macedo de Cavaleiros ('Oh menina, olhe que isso foi feito cá em Portugal, é português, português!'). Se não tivesse ido, não tinha visto um padre com para aí 120 anos a chorar ao falar dos 3 pastorinhos de Fátima. Mas como fui, assisti a uma primeira comunhão assim meio como-estás-cá-vens-também-mesmo-não-sendo-da-família e ouvi uma menina dizer "Aí, tá calô!", frase que ainda hoje nos dá pano para mangas no que toca a gargalhadas. Se não tivesse ido, não me tinha rebolado a rir ao ouvir a expressão 'levar na pá' que, no meio de tanto palavrão que aquela gente diz até é frase que não tem mal nenhum. Mas como fui, ouvi e posso dizer que acho que foi isso que acabou de acontecer ao Sporting (ahahah). Se não tivesse ido, não conhecia The Killers e The All Star Project. Mas como fui, ganhei dois novos vícios e ainda muitos outros. Se não tivesse ido, não tinha feito uma directa. Mas como fui, passei uma noite numa varanda, a dizer disparates e há fotografias bastante parvas que o provam. Se não tivesse ido, não me tinha apaixonado assim no sítio onde menos imaginava e de forma tão súbita, nova e que sabia tão bem. Mas como fui, vi-me temporariamente envolvida por uma nuvem de felicidade, daquelas que nos faz andar com sorrisos parvos na trombinha, a pairar cinco centímetros acima do chão e sem consciência do que se passa em volta, o que pode ser raro e trazer depois outras amarguras mas é absolutamente fantástico enquanto dura e faz maravilhas ao ego (eu que o diga!).
Hoje estou um caco, tão não-me-toques-que-me-desconjunto-toda que estava a precisar de me relembrar que se não tivesse ido, não tinha crescido e, em parte, não seria a pessoa que sou hoje.
E posso andar em baixo de forma ultimamente mas não fossem aquelas férias e provavelmente, estava esparramadinha no chão, sem me ter conseguido colar toda de novo.

2 comments:

  1. que recordações bonitas, alexandra :)

    ainda bem que foste, então. e que te tornaste (ainda mais) naquilo que és hoje :)

    *

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  2. são coisas que acontcem em Trás-os-Montes, é um facto! :)

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I've rambled. Now, it's your turn.