2012 foi um dos melhores anos
de sempre. Pesando o bom e o mau, a balança não deixa de pender para o lado
bom. Comecei o ano em exames, com o stress de ter imensas cadeiras para fazer
para concluir o curso. Em dez dias, tive cinco provas, das quais passei a
quatro, com a tranquilidade máxima. Consegui a proeza de fazer sete cadeiras
num semestre, quando nos anos de faculdade anteriores o máximo que tinha
consegui eram quatro. Tive o mês de Janeiro sem outra vida que não estudar. No
dia 14 de Janeiro, senti o chão a fugir-me dos pés quando me surpreenderam como
nunca tinha acontecido. Um mês mais tarde, fui ao aeroporto de Lisboa
despedir-me e vim de lá com um compromisso. O 14 de Fevereiro fez com que todos
os dias 14 a partir daí fossem especiais e diferentes. Fui almoçar à praia e
sai de lá para ir ver os Dream Theater pela terceira vez ao vivo e apaixonar-me
pela ‘Beneath the Surface’. Consegui um estágio na Polícia Judiciária, na área
que mais gosto, e passei lá um mês memorável onde aprendi imenso. Passei noites
e noites no (ou na) Flor, com aquelas pessoas que são as importantes e que vão
ficar por mais que a faculdade já tenha passado. Minis, cartas, setas,
jantares, festas... Fui finalista (ALLEZ!) e passei a melhor Semana Académica
de SEMPRE! Percebi que se não fizer nada por mim, também não é estando à espera
que as coisas vão acontecer. Tive de deixar o meu “T2 para três” e tenho
saudades da nossa casa todos os dias. Num sprint
final, falhei e por isso, tive de ficar mais um ano a terminar o curso. Deixei
que isso me mandasse abaixo e espatifei-me no chão com uma pinta genial. Nesse
mesmo timing, perdi a única relação
saudável e realmente importante que tive até hoje, coisa da qual me irei
ressentir por muito tempo ainda. Vi o meu melhor amigo ‘emigrar’ por seis meses
e morri de saudades, tendo ficado cá. Carreguei um projecto as costas, por
vergonha e orgulho de pedir e delegar trabalho, e acabei a perder anos de vida
de preocupação, desiludir-me com pessoas e a não ter o resultado pretendido.
Jurei para nunca mais meter-me numa coisa dessas mas foi juramento que durou
pouco tempo. Estreitei algumas amizades, perdi outras mas as importantes
continuam intactas. Morri de saudades e acordei renascida no dia seguinte,
porque tinha de ser. Passei meses e meses a deitar-me sempre depois das 2h da
manhã e a baldar-me a aulas no dia seguinte, porque não eram práticas. Consegui
fazer uma cadeira sem nunca ter posto os pés numa aula e mesmo assim tirar um
15 num exame, sem estudar mais do que três parágrafos. Fui de férias de Verão ,
conhecer a ilha e namorar muito e senti-me super feliz naquele bocadinho de
terra rodeado de mar, onde comi que nem uma lontra, fotografei imenso e pensei
‘this is the one’. Na ilha, voltei a Gotham City e pensei para mim que realmente
o Christopher Nolan é um génio e o Joseph Gordon-Levitt tem uma classe que,
enfim... Vi imensas e imensas séries, chorei com o final da season de Grey’s
Anatomy, viciei-me em Game of Thrones como há muito tempo não me viciava em
nada e voltei a (re)ver Friends. Descobri que apesar de ser uma grande naba,
acho muita piada a matar zombies no Call of Duty: Black Ops. Roguei imensas
pragas por não poder ir ver Florence + The Machine ao Optimus Alive... tantas,
que até me culparam pelo cancelamento a três dias do concerto (ahahah).
Descobri Mumford&Sons só agora no final do ano e senti-me inculta por ter
acordado tão tarde para estes rapazes. O meu Davidinho (Fonseca) voltou aos
discos e deu-me em 2012 a ‘It Feels Like Something’ que é mais uma vez, algo
que podia ter sido escrito por mim. Roubaram-me o carro no dia da minha Queima
das Fitas e um mês depois tive de o mandar para o abate, e chorei quando soube
que o meu Xani-Mobile estava reduzido a cinzas. Arranjei bilhetes para um dos
concertos pelos quais aguardava desde sempre e fui ver Ornatos Violeta, na
primeira fila, sem pagar um tostão. No fim, conheci o Manel Cruz e quando o vi
à minha frente, a tremer da cabeça aos pés, só consegui dizer “eu também queria
um beijinho” o que fez o homem rir-se às gargalhadas. Não sei dizer quantas
vezes vi o meu [500] Days of Summer e emocionei-me sempre, porque aquele é
definitivamente um dos filmes mais realistas de sempre. Voltei ao Shire uma e
outra vez e senti-me como sempre me sinto nos filmes baseados em livros do Tolkien:
num mundo paralelo, um sítio de fantasia que é óptimo para me tirar do meu
mundo real. Avé Peter Jackson, obrigado por tudo e vemo-nos no próximo Natal.
Perdi uma pessoa de família, muito próxima, mas consegui ter a paz de espírito
para perceber que foi pelo melhor. Descobri que quando lutamos pelo que
queremos, as coisas podem acontecer e que, até certo ponto, somos nós que
fazemos a nossa sorte. Fiz uma sessão fotográfica pela primeira vez na vida e
senti-me extremamente bonita, coisa que é capaz de acontecer em um a cada vinte
mil dias. Nos últimos dias do ano, out of
nowhere, tive uma surpresa totalmente inesperada que agora me faz sentir
como a Summer em vez de ser o Tom (do mesmo [500] Days of Summer). E vamos ver
no que isto dá.
2013, please, be nice. Não me
tires pessoas, não me surpreendas nas análises que vou fazer na próxima semana
e por favor, sê o ano em que acabo o curso. E a partir daí, veremos o que
acontece. Adeus 2012, foste bonzinho mas o teu tempo acabou.