Sunday, July 31

Do Sporting

Os meus dois avôs morreram ambos cedo. Um deles, muito antes nós nascermos, quer o meu irmão, quer eu. O outro morreu perto do Natal de 1996, tinha eu feito seis anos há pouco tempo. Vivia em Vila Real, a mais de 400 quilómetros de distância de mim, e apesar de ser uma pessoa muito calada e sossegada (pelo menos, do pouco que eu me lembro) era claro que gostava muito dos dois netos que conheceu (só eu e o Miguel, já que os filhos dos meus tios apareceram só mais tarde).
Por isso, ele era como um avô para mim. Na realidade era cunhado da minha avó (a única que ainda é viva actualmente) e sempre o tratei por Tio. Com toda a certeza, foi uma das pessoas de quem mais gostei até hoje.
A verdade é que os bons vão sempre primeiro e ele já foi há muito tempo. Quando eu ainda era demasiado pequena para sequer perceber do que é que significava nunca mais ver alguém de quem tanto gostava. Esteve doente durante meses e meses até que uma manhã acordei para a notícia de que a doença tinha inevitavelmente levado a melhor. Vai fazer, neste Agosto que está prestes a começar, dez anos.
Ele era um grande Sportinguista, talvez o maior que já conheci. Um homem que sofria pelo clube que amava, mas sem fanatismos nem facciosismos; sempre com justiça. Não há vez que assista um jogo, seja em casa ou no próprio Estádio, em que não me lembre dele.
Ontem, ao ver o jogo de apresentação do Sporting contra o Valência (e a vergonha que foi, perder 0-3, em nossa casa, na apresentação aos sócios e adeptos), senti-me tão triste e imaginei quão triste ele ficaria caso tivesse testemunhado alguns (maus) momentos das últimas épocas.
Depois, pensei em todos os momentos destes dez anos que ele teria ficado felicíssimo por ver e que, infelizmente, não conseguiu: o espectáculo de inauguração do novo Estádio, a caminhada até à final da Taça UEFA em 2005 (e aqueles jogos fantásticos contra Newcastle e Az Alkmaar que me tiraram anos de vida com os nervos que deram), o 5-3 ao Benfica em casa nas meias-finais da Taça há dois anos, entre outros. E isto para não falar dos momentos familiares, mais privados.
Os bons vão sempre primeiro. Mas também é verdade que os bons nunca, mas nunca são esquecidos. Passem os anos que passarem, continuam sempre a fazer falta e deles, dos bons, temos sempre muitas, muitas saudades.
Dele, do meu avô, já as tenho há dez anos.

Wednesday, July 27

Modo Koalinha: ON!

Foi hoje o último (uma melhoria). Ao fim de quase dois meses, acabaram-se os exames, finalmente. Agora, e até Setembro é férias e descansar. Seria o terceiro verão consecutivo a trabalhar mas este ano não há trabalho portanto será um mês de Agosto passado calminho, a fazer pouco ou quase nada.
Finalmente vou parar por uns tempos. Em Setembro, regressa outra vez a roda viva. Em Setembro, haverá mudanças boas por aqui. Mas tudo a seu tempo. Agora é aproveitar para devorar livros, filmes, séries, fazer umas arrumações, umas idas à praia e saídas, muitas saídas com os amigos.
E dormir muito também. :)

Monday, July 25

True story. É bom dizer-mos a quem nos rodeia o quão importante é para nós. Não digo a todos os dias, a toda a hora que isso só serve para banalizar o sentimento e fazê-lo perder o significado que tem. Mas também, nem oito nem oitenta. E às vezes, custa tanto fazer com que aquilo que vai cá dentro passe para fora. Tenta-se demonstrá-lo primeiro de uma forma que não nos faça recorrer às palavras, porque como diz a música dos Clã "as palavras custam a sair (...) digo o contrário do que estou a sentir", mas nem sempre isso resulta porque há pessoas muito distraídas ou porque tentamos ser tão discretos que acabamos por ser discretos até de mais e as nossas demonstrações de afecto passam despercebidas até ao mais atento dos observadores.
Eu tenho pânico de dar nas vistas. Por isso, e por outros carnavais dos quais já aqui falei noutros momentos e que agora não quero ir ao fundo do baú pegar neles, é-me bastante complicado passar para fora todas as reacções que me despoletam cá no fundinho.
Hoje, a minha janela de oportunidade fechou-se. Talvez se abra novamente daqui a um mês e meio, talvez não. Só o tempo (oh tempo, passa depressa por favor e traz-me Setembro!) o poderá demonstrar, se o barco partiu e fiquei em terra ou se ainda há a oportunidade de saltar para a pontinha da proa que se encontra perto do porto. Até lá é esperar porque há um oceano enorme, de milhares de quilómetros, que separa a importância que está aqui dentro, ganha com cada palavra de alento e apoio, cada abraço, festa, puxão de orelhas, cada beijinho na testa, Mini partilhada, cada hora de conversa (e foram muitas), cada conselho e segredo contado entre os dois.
As oportunidades de dizê-lo, loud and clear, foram várias. A coragem existiu nalgumas delas mas no último momento, houve sempre um pingo de racionalidade (ou medo?) que me impediu e me fez fechar a boquinha. As demonstrações de afecto também existiram, para meu próprio espanto que não sou nada destas coisas assim. Agora é só esperar e ver se somewhere down the road, we have everything in its right place.

Saturday, July 23

Clube dos 27

Ora pois bem, mais um artista talentoso que se juntou ao Clube dos 27. Depois do Brian Jones, Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin e Kurt Cobain, a Amy Winehouse foi hoje encontrada morta, aos 27 anos. Não foi ainda confirmada a causa mas o que vai na cabeça de todas as pessoas é o mais óbvio: overdose.
Back to Black, foi álbum que meteu numa espiral de fama que trouxe agarrada a si os excessos de drogas e álcool, e é muito bom. É um dos meus álbuns preferidos e a voz da Amy era extremamente agradável de ouvir embora, vê-la ao vivo fosse um espectáculo muito deprimente, de 2007 em diante. Não era uma artista nem uma mulher que estava ali no palco mas sim algo que tinha potencial (que tinha, e não o digo por estar agora morta e por ficar bem) mas a quem não conseguiram meter o travão no momento certo e que a deixaram afundar-se até um ponto muito para lá da possibilidade de retorno.
A Amy Winehouse com a voz que tinha podia ter sido mais, muito mais do que ela se permitiu a si própria. Acabou mal, como todos os que por aqui se metem. Mas neste momento só me passa pela cabeça que esta situação já era esperada há muito tempo e não surpreende ninguém, com toda a certeza. É uma pena, que é, mas ela acabou por se deitar na cama que fez (e que lhe permitiram que fizesse). Que descanses em paz, Amy! E obrigada pelo Back to Black.

Thursday, July 21

(Quase que acho que) Nasci para Isto ♥

Uma das coisas que mais me orgulho na vida neste momento é estar na minha faculdade.
Cada vez que olho para trás penso que ainda bem que vim parar aqui e não a outro sítio qualquer porque de certeza que seria uma pessoa muito infeliz se a minha realidade fosse outra que não esta.
Apesar de me irritar já tanta viagem entre lá e cá, e de a vontade de me mudar para o Monte da Caparica por uns tempos ser cada vez maior e mais incontrolável, apesar de poder esforçar-me mais para passar a todas as cadeiras à primeira e viver com o coração menos apertado no final de cada semestre, quando os exames apertam e me vejo tremida para conseguir fazer tudo (como foi o caso deste ano mas que, até ver, estou a conseguir passar mesmo em cima do limite), apesar de ser uma faculdade privada que me tira quase mais dinheiro do que aquele que tenho, apesar de algumas injustiças de notas, e de outras coisas que agora não interessa especificar, digo com toda a certeza que entrar para aqui mudou completamente a minha vida e este segundo ano de faculdade foi memorável.
Sei que não seria tão feliz noutro lado qualquer porque se tivesse ido parar a outro sítio qualquer poderia ter à mesma uma Tuna que me hipnotizasse mas não seria como esta, poderia ter momentos de Praxe à mesma mas sei que não me aliciariam tanto como a Praxe da minha Academia, poderia estar a tirar um outro curso qualquer que fosse do meu agrado mas não seria o curso dos meus sonhos e nunca teria, por exemplo, disparado uma arma. Teria, com certeza, amigos da faculdade mas não seriam como estes, que se riem de mim quando eu tento atravessar um vidro convencida que era uma porta (nem vale a pena explicar... e tentei fazer o mesmo duas vezes. Mas não, não estava com os copos!), que me dão na cabeça vezes sem conta para me obrigarem a estudar e a passar de ano mesmo quando já só me apetecia mandar tudo com os porcos e ficar naquela de "olha, paciência, chumbei e pronto!", que são de uma data de sítios diferentes do País e que não levam a mal que eu brinque com os vários sotaques deles, que me ensinaram a jogar à sueca, que me vão um dia ensinar a tocar guitarra (finalmente!), que me iniciaram na muy nobre arte de praticar o levantamento do copo, que me fazem rir até às lágrimas, que me abraçam quando eu me vou abaixo, que me ensinam muitas coisas numa de "cala-te burro que eu é que sei".
Tenho, neste momento, uma convicção muito forte de que ter desistido da UTAD pelas razões que desisti (que foram parvas, admito) pode ao mesmo tempo ter sido a maior burrice e a melhor coisa que já fiz na vida. Porque, graças a isso, vim parar aqui onde estou.
E passe ou não de ano, acabe ou não o curso no próximo ano, fique ou não mais tempo na faculdade, sei que este é o melhor sítio onde já estive.

"Deus! Como bate o coração,
A gente sonha e agora,
Toca guitarra que é hora!
É hora de dar-lhe todo bem que há no meu peito,
Dizer-lhe Deus também tenho direito
De amá-la como nunca amei ninguém!"

Wednesday, July 20

Que BOSS! Long live Dave Grohl!

Eu gosto muito dos Foo Fighters e do Dave Grohl. Acho que ele tem muito estilo, é um grande músico e portanto não fiquei surpreendida quando há dias me mostraram este vídeo. É verdade que ultimamente é cada vez mais impossível uma pessoa conseguir estar sossegada, a divertir-se num concerto, sem que haja um qualquer idiota (principalmente adolescentes e aquela malta da minha idade e aí até aos 25 ou 26) a tentar criar confusão e empurrar os outros, tentando começar um círculo de mosh ou só mesmo porque não têm mais nada que fazer. E normalmente incomodam quem está à sua volta e só foi lá mesmo para apreciar a música e divertir-se e aspira a sair de lá com o corpo todo inteiro e sem nódoas negras.
O que eu acho giro, giro é quando tentam fazer isso em música mais calma, que nada tem de agressivo, o que só reflecte mesmo a estupidez crónica das pessoas em questão.

A atitude que o Dave Grohl teve neste concerto em Londres, ao fazer toda a banda parar de tocar e interromper o concerto para mandar aquele idiota parar de causar os distúrbios e convidá-lo nada amigavelmente a arrastar o corpinho para fora da sala de espectáculos, é de louvar.
Já gostava muito mas com esta atitude ganhei todo um novo respeito por ele, não só enquanto músico mas também como pessoa. Que BOSS! Long live Dave Grohl, é tudo o que tenho a dizer.

Sunday, July 17

Up!

O Up! é o filme de animação mais fofinho e bem escrito e construído dos últimos anos. A história é deliciosa e demonstra que, mesmo na época em que vivemos em que tudo se tornou tão descartável (incluindo as pessoas que nos rodeiam), o Amor pode durar uma vida inteira. E que é possível lutar e ir até ao fim do mundo pelos nossos sonhos.
Adorei ver este filme ontem à noite. Apesar de estar já mais crescida, continuo a adorar filmes de animação, quer sejam mesmo para crianças ou mais para adultos.

Saturday, July 16

Existe bom thriller nórdico após Stieg Larsson.

Lars Kepler é um pseudónimo de um casal de escritores suecos que tendo editado há pouco tempo o seu segundo thriller, faz com que todos os orfãos de Stieg Larsson se sintam ligeiramente menos abandonados.
Hypnotisören (O Hipnotista, em português) é o thriller que está muito em voga nas nossas livrarias e que me veio parar às mãos na semana passada. Devorei-o em cinco dias. Fiquei completamente hipnotizada (trocadilho parvo!) pela história, pela vida do hipnotista Erik Bark, pela tenacidade e quota parte de arrogância do comissário Joona Lina, pelas descrições de estados hipnóticos. É um grande livro. Lars Kepler pode ser visto como o óptimo sucessor do Stieg Larsson (que me prendeu com a Millennium de tal forma que agora é bastante complicado eu encontrar um thriller que realmente me alicie porque nada bate a Lisbeth Salander) mas mesmo assim, ainda lhe falta um bocadinho para chegar ao nível do mestre sueco.
Ontem peguei em Paganini-kontraktet (traduzido para O Executor) que foi lançado no início deste mês e pelo pouco que já consegui avançar, a história parece-me bastante dentro da mesma linha que o primeiro.
A maravilhosa conclusão a que cheguei há dias foi que existe ainda bom thriller nórdico após o Stieg Larsson. E isso é muito animador.

Friday, July 15

Hoje era o dia em que eu finalmente veria os Arcade Fire ao vivo.

Em Novembro, eram para ter vindo dar um concerto em nome próprio no Pavilhão Atlântico, para o qual comprei o bilhete com meses de antecedência. Mas afinal, foi cancelado por motivos diplomáticos.
Uns tempos depois anunciam que virão novamente actuar ao festival Super Bock Super Rock e, ao ver o que se perspectivava que fosse o resto do cartaz para o mesmo dia, eu decido que tenho de arranjar forma de assistir ao festival, nem que fosse só a esse dia. Mais tarde, o Grupinho Maravilha combina ir acampar para o Meco nos três dias de festival, para aproveitar o convívio e os concertos (e a praia!).
Depois disto tudo, marcam-me dois exames para o dia 15 de Julho, dia do dito concerto. E assim, e por outros motivos de conjuntura económica, o meu sonho de ver Arcade Fire foi adiado pela quarta vez.
O concerto é hoje, já daqui a pouco. Está previsto que por volta da 00h25, os Arcade Fire comecem a espalhar a sua magia única pela praia do Meco, com os sons novos do The Suburbs (considerado por muitos o melhor álbum de 2010) e indo buscar os marcos do Funeral e do Neon Bible. E eu posso não estar lá (e juro-vos por tudo aquilo que me é mais sagrado que caso pudesse, pagava todo o dinheiro do mundo para estar lá a rebentar com o corpinho todo esta noite) mas graças àquilo que para mim já é uma grande amizade, é possível que venha a ouvir excertos via telemóvel e rádio.
Para mim, fundamental era apenas ouvir esta Rebellion (Lies), que é A música, uma das coisas mais próximas da perfeição que já ouvi em toda a vida.
[Ainda nem acredito que não estou lá... não é possível de explicar o quanto me está a custar não estar lá hoje.]

"People say that your dreams are the only things that save you.
Come on baby, in our dreams we can live on misbehaviour."
Arcade Fire - 'Rebellion (Lies)' - Funeral - 2004

Um dia, vou ver um concerto genial de Arcade Fire. Hoje ainda não foi o dia, mas eu continuo a sonhar.

Três exames para passar de ano. One down, two to go...

Depois de dois dias em retiro, o primeiro dos três exames decisivos foi hoje de manhã. Processos Psicológicos. Horas e horas de estudo no último par de dias que rapidamente demonstraram o seu resultado já que a meio do exame, o prof. decide avisar que as notas estarão disponíveis a partir das 15h. Gosto tanto de professores rápidos a entregar notas!
Claro que com tudo o que estes três exames implicam e com a minha passagem para o 3ºano em jogo desta forma, fiquei logo uma autêntica montanha-russa em movimento enquanto esperei que as horas passassem até a minha nota ser afixada.
Tive 15 no exame de hoje. O mais fácil dos três, diga-se de passagem, mas mesmo assim é um 15, nota que eu não recebo todos os dias. A minha maratona decisiva começou bem. Agora o próximo passo para o sucesso é dado na próxima quinta-feira, com uma cadeira de 1ºano que já está a ser repetida. O que só por si duplica logo a minha motivação para querer acabar com ela o mais rápido possível. A ver vamos. Se não fizer a cadeira, passo à história.

Wednesday, July 13

F de Forenses. F de Futuro.

Agora que vão sair licenciados do nosso curso, pela primeira vez, é preciso dar continuidade ao seu trabalho ao nível do Núcleo de Ciências Forenses e Criminais e nada melhor do que ir buscar inspiração ao excelente trabalho que eles fizeram ao longo dos últimos dois anos.
A Lista F pretende continuar o trabalho feito pelos nossos colegas, sendo que muitos membros se manterão no projecto. Os nossos Departamentos (de Pedagogia e de Processos e Iniciativas) querem continuar o bom nível de festas, apoio aos alunos da Licenciatura (em especial aos mais novos, que entram a cada ano, muitos deles estreantes no mundo Universitário), divulgação de possíveis saídas profissionais e divulgação do próprio curso e da sua qualidade para esse grande Mundo lá de fora, entre várias outros objectivos.
Inspirados pelo Passado, construiremos o Futuro. Mas tal só será possível com o voto de todos os alunos da Licenciatura em Ciências Forenses e Criminais. As eleições realizam-se já na próxima segunda-feira, dia 18 de Julho. O voto de todos é necessário para demonstrar o apoio à nossa Lista, para ganharmos ainda mais Força para o Futuro que se aproxima.

Pelo Núcleo de Ciências Forenses e Criminais, VOTA LISTA F!

Just Say Yes


"I'm running out of ways to make you see
I want you to stay here beside me
I won't be ok and I won't pretend I am
So just tell me today and take my hand
Please take my hand

Just say yes, just say there's nothing holding you back
It's not a test, nor a trick of the mind
Only love."
Snow Patrol - 'Just Say Yes' - Up To Now - 2009

Monday, July 11

Será mesmo?

Sunday, July 10

E porque também não pode ser só estudar para os exames.

Nos intervalos dos exames, enquanto não estudo para os seguintes e como forma de tentar arejar a cabeça de um rol de pensamentos do demónio que não me largam (a maior parte deles que se prendem com o facto de estar em risco de chumbar o ano e precisar impreterivelmente de passar a todos os exames que me faltam fazer até dia 27 de Julho, dia em que fico de férias) tenho andado a pôr em dia os meus conhecimentos cinematográficos.
Depois de há cerca de um mês ter visto praticamente de rajada os seis filmes da saga Star Wars, tenho-me entretido bem, até com, surpresas das surpresas, um dos mais antigos filmes da Disney e que eu tinha apenas visto uma vez em criança apesar de ter sido estreado em 1994, e do qual mal me lembrava de pormenores. E o que é que eu andei a ver?
O Primal Fear é um thriller dramático de 1996, com o Edward Norton e o Richard Gere nos principais papéis. Um Bispo é assassinado em Chicago e as autoridades prendem um homem que suspeitam ser o assassino. Ao ver a notícia na TV, o advogado de defesa Martin Vail (interpretado pelo Richard Gere) decide tomar nas suas mãos o caso, por achar que há qualquer coisa ali naquela história toda que não bate certo com o suspeito Aaron Stampler (Edward Norton).

Este filme é muito, muito bom. O Edward Norton já há algum tempo que é um dos meus actores preferidos e aqui recebeu uma nomeação para o Oscar de Melhor Actor Secundário (totalmente merecida). Aconselho muito, muito este Primal Fear (Mas eu também, regra geral, gosto sempre muito de filmes deste género, portanto sou de certo modo suspeita).
O Dead Poets Society é um GRANDE filme de 1989, que já andava a querer ver há que tempos e que relata a vida de um grupo de jovens que frequentam uma Academia conservadora e aristocrata dos anos 50 e que ao iniciar um novo ano lectivo se deparam com um professor de Inglês, interpretado pelo Robin Williams, que muda por completo as suas vidas, dando-lhes uma inspiração já há muito perdida no seio da Welton Academy. "Oh Captain, my Captain..." é A frase. E o que este filme nos ensina sobre aproveitar a vida (ou Carpe Diem, se preferirem).
..
Por fim, O Rei Leão... não tenho grande coisa a dizer a não ser que talvez por O Rei Leão II ser um dos filmes de desenhos animados que mais vi quando era bem pequenina (e ainda sei as músicas todas de cor ao fim destes anos todos), este primeiro capítulo se calhar não me cativou tanto mas, apesar disso, Disney é Disney e todos estes filmes remetem-me sempre para aquele lugarzinho bom da infância, guardado já no baú há uns anos. E fazem-me sempre gostar de os ver ou rever e sentir-me feliz.

Tuesday, July 5

Em jeito de continuação do post anterior...

Conheci The Killers em 2008, numa altura que foi das mais importantes da minha vida, até hoje. A primeira música que ouvi deles e que continua a ser a minha preferida e uma das minhas músicas (All These Things that I've Done) pode quase apenas definir-se por um verso, verso esse que por sua vez me define a mim. Poucos meses mais tarde, conheci uma pessoa pela qual me apaixonei perdidamente (e quando digo perdidamente é mesmo perdidamente, tiro-e-queda) e que fez com que conhecesse The Killers mais a fundo e me tornasse uma fiel seguidora das suas músicas, acabando eu a gostar mais da banda do que ele.
Por isso, e desde essa altura, que associo The Killers (especialmente certas músicas) à sua pessoa e a tudo o que tais memórias acarretam, de bom e de menos bom. E de mau também, porque se há coisa que eu evito ser é hipócrita e ele também me trouxe muita lágrima, muita quebra na auto-estima e atravessou-me como um tornado, deixando cá muita cicatriz.
Curiosamente, nunca tinha achado grande piada a esta For Reasons Unknown até ouvir esta versão ao vivo, que tem um poder... Bate aos pontos a versão de estúdio que para mim era algo perto do terrível.
Tem um poder enorme, tem aquele excerto do Brandon Flowers que aqui coloquei no início do post anterior, tem um ritmo fantástico... Tem tudo, tudo, tudo. Tudo o que faz com que não associe mais The Killers àquela pessoa ("and my eyes don't recognize you no more.") e que saiba muito bem quais as razões que levaram a que finalmente isso acontecesse.

Sunday, July 3

A subtle kiss.

"Any of you people ever loved somebody? Sometimes it comes very quickly, very easily... As easy as the way a beautiful English girl's hair falls across her shoulder. Sometimes it disapears just as quick. You wake up one morning, the butterflies stopped fluttering.... But you want it back and you want to fight for it. You wanna breathe that fire again. So you call for it. You call out..."
Brandon Flowers in the middle of the song 'For Reasons Unknown' at Royal Albert Hall, London.

Tudo começa quando menos esperamos e sentimos algo diferente. Há uma pessoa, muitas vezes é alguém que não conhecemos verdadeiramente, que se cruzou recentemente no nosso caminho, que um dia chega perto de nós e sorri e só esse sorriso faz o mundo desabar. O estômago dá um twist estranho que já não acontecia há muito tempo, e parece que os joelhos tremem e as pernas não aguentam mais com o nosso peso.
Para mim, é das melhores sensações do mundo, quando lentamente nos começamos a ligar a essa pessoa, começamos a sorrir de volta cada vez que os olhares se cruzam, a sentir aquele nervoso miudinho quando essa pessoa se aproxima, aquela interrogação parva "do I look okay?", aquela vontade de ver essa pessoa o maior número de vezes possível e de passar muito tempo com ela.
Aquela fase ainda antes de se estabelecer uma relação, seja ela de que tipo for, seja um namoro ou whatever, é a melhor de todas. A troca de olhares e sorrisos, a indecisão entre o ser ou não correspondido.
A verdade é que aqui há uns meses me apareceu à frente alguém que ao fim de algum tempo me fez sentir isso, não estando eu nada à espera que tal acontecesse e sentindo-me agora, finalmente, confortável com isso e não mais preocupada em não o admitir. Certa altura, houve um sorriso, uma conversa, algo que me fez sentir o tal twist, aquilo que em linguagem corrente se costuma chamar de borboletas. E essa sensação repete-se over and over a cada abraço, cada beijinho na testa, cada gesto de maior proximidade.
Não sei o que isto é. Não sei onde é que isto vai dar, principalmente porque daqui a menos de nada, espera-me um verão inteiro com uma distância de milhares de quilómetros. Sei que ainda não tive coragem para sair do meu casulo porque apesar de tudo o que de bom esta situação me faz sentir, há o medinho ainda de cair do pedestal ao qual inegavelmente irei subir se sair do casulo e me deixarem voar. Se sair e me cortarem as asas, sei que me vou espetar cá em baixo a uma velocidade enormíssima, e partir-me mais um bocadinho.
A minha janela de oportunidade está cada vez mais e mais pequenina e continuo sem conseguir decidir-me a agir. E esta sensação, que para mim me completa já em grande parte mas que está a chegar à fase em que é preciso algo mais, continua a fazer-me sentir extremamente bem mas caminha a passos largos para um fim.
O que é que eu faço?


"I said my heart, it don't beat, it don't beat the way it used to (...)
For reasons unknown."

The Killers - 'For Reasons Unknown' - Sam's Town - 2006

Momento Fútil do Fim-de-Semana

Vi cerca de quinze minutos da transmissão do Casamento Real do Mónaco, ontem. Estava curiosa em ver o vestido da noiva, que já se sabia que seria uma criação Armani, marca cujas colecções normalmente até gosto bastante. E o vestido era de facto muito bonito, simples. Apenas aquela cauda de não-sei-quantos metros é que me pareceu excessiva e pronto, desnecessária.
Agora... A Charlene aparece quase sempre com a mesma expressão em todas as fotografias que por aí aparecem de outros eventos. Mas no dia do próprio casamento demonstrar aquela cara tão fechada e daquilo que a mim me parecia tristeza extrema (quando apareceu a caminhar com o pai, parecia que ia a andar para uma morte certa, credo!) não me parece nada bom agoiro para um casamento.
Circulava por aí que ela queria fugir de volta para a África do Sul, três dias antes do casamento. Se é verdade ou não, não sei obviamente mas pelas imagens que se viram ontem, há ali alguma felicidade no rosto daquela mulher? É que até o sorriso forçado não demonstra nada mais do que uma tristeza que se tenta que seja escondida. Ou fui só eu que reparei naquilo?

Saturday, July 2

Wallpeople 2011

"No dia 2 de Julho, em mais de 20 cidades simultaneamente, pessoas anónimas com as suas fotografias tornar-se-ão nas autênticas protagonistas de uma exposição única. Uma parede transformada em museu improvisado ao ar livre, onde todos poderão expor e observar as fotografias dos demais. Todos sabemos o que nos faz felizes, mas o que é a felicidade para o resto do mundo? Brevemente o descobriremos."

Em 2010 não me foi possível participar nesta iniciativa, mas em 2011 não poderia deixar passar. O objectivo é construir um mural de felicidade que está em exposição durante uma hora. Passado esse tempo, cada participante recolhe as suas fotografias e/ou trabalhos de outros participantes dos quais tenha gostado.
No final, o mural ficou giríssimo, com fotografias realmente muito boas. Foi uma tarde bem passada e trouxe algumas fotografias muito bonitas para casa. As duas fotografias minhas que levei e colei no muro foram levadas por outras pessoas, o que não deixa de me fazer sentir uma pontinha de orgulho.
Para o ano, há mais! :)

Friday, July 1

Agora que já passaram uns dias...

Não era uma apreciadora nem da música dos D'ZRT nem do trabalho a solo do próprio Angélico mas isso não invalida que toda esta situação seja muito triste e trágica.
A verdade é que é enormíssima a probabilidade de termos um acidente de viação e tal não precisa de ser causado só pela nossa inconsciência (e com nisto não me estou a referir a toda a polémica que envolveu a notícia do acidente do Angélico sobre o uso ou não do cinto de segurança, o possível excesso de velocidade e todos esses rumores). Qualquer pessoa que conduza todos os dias, o que não é o meu caso, por mais cuidado que tenha e por mais que zele pela sua segurança e pela dos outros, está sujeita a sofrer um acidente. Porque os automóveis não são máquinas infalíveis e a qualquer momento um pneu pode rebentar, a corrente de transmissão pode partir, os travões podem falhar, entre tantas outras coisas. Porque as condições atmosféricas podem ser adversas e a estrada pode ter óleo, pode ter chovido, etc. Porque, e o mais importante de tudo, nós podemos preocupar-nos com a segurança mas há por aí imensas pessoas completamente inconscientes que bebem e depois conduzem ou que conduzem em contra-mão, ou sem carta, ou em excesso de velocidade, porque se julgam imortais e superiores, porque os acidentes só acontecem aos outros, porque são completamente parvos.
O facto é que o Angélico era uma figura pública, com grande mediatismo, muito acarinhado pela geração adolescente. Tinha talento, tinha uma boa figura, era ainda muito novo. Teve uma morte trágica e que deixou a família, os amigos, aqueles realmente o conheciam completamente destroçados, com toda a certeza. E isto é que devia importar: o facto de que se perdeu uma vida (duas contando com o outro rapaz que morreu no local, atropelado depois de ter sido cuspido). Há momentos para julgar a inconsciência, a falta de responsabilidade e tudo o mais. Por ele ser uma figura pública e a família estar tão exposta num momento tão frágil da vida deles, não me parece que este seja o mais indicado.
Que descanse em paz, onde quer que tenha ido parar, é o que eu desejo. E que a família consiga a paz de espírito que precisa neste momento, sem rumores nem comentários cheios de ódio.